Queda de granizo gigante na Espanha provoca a morte de uma menina

Na tarde desta última terça-feira (30), uma enorme tempestade atingiu o extremo noroeste da província de Girona, na Espanha, deixando granizos gigantes. Por volta das seis da tarde, as nuvens do tipo cumulonimbus começaram a gerar chuvas no extremo leste dos Pirineus e, em apenas trinta minutos, essas nuvens formaram um grande núcleo de tempestade que se moveu para sudeste. Antes das sete horas, a tempestade já estava a oeste de Figures, e o radar marcava refletividades elevadíssimas, normalmente associadas a chuva muito forte ou granizo. Também começou a ter uma estrutura reconhecível nos ecos: uma supercélula se formou.

As supercélulas são enormes “nuvens giratórias” identificáveis por seu mesociclone, um vórtice de ar ascendente que pode ter entre 2 e 10 quilômetros de raio. Estas correntes de ar sobem girando repetidamente, estimuladas pelo cisalhamento, que se manifesta através das variações do vento - mudanças de intensidade e direção - com a altura. Esse balanço prende gotículas de água e pequenos grânulos, que aumentam de tamanho à medida que prolongam sua permanência na nuvem, colidindo entre si e se fundindo. Como o fluxo de ar ascendente é tão poderoso nessas nuvens, os granizos levitam por longos períodos de tempo até serem grandes o suficiente para se soltar da nuvem e cair.

O cumulonimbus, em sua fase mais virulenta, atingiu pelo menos 16 quilômetros de altitude, tornando-se um verdadeiro rolo compressor. Um dos observadores do Meteocat alocado em La Bisbal d’Empordà registrou uma pedra de até 10 centímetros de diâmetro, um tamanho sem comparações desde 2002 na Catalunha. Em sua queda, o granizo deixou um rastro de danos materiais e, o pior de tudo, uma criança morreu com o impacto de uma dessas pedras, segundo a prefeitura de La Bisbal. Dezenas de feridos também foram relatados. Por volta das oito da noite, a tempestade saiu de Palafrugell, já entrando no Mediterrâneo até se dissipar.