Quem deixará de ser planeta agora? Astrônomos querem mudar definição de planeta de novo

Astrônomos querem alterar a definição de planeta mais uma vez e dessa vez é uma das regras principais que define um planeta

Uma nova proposta sobre mudar novamente a definição de planetas está sendo estudada por astrônomos
Uma nova proposta sobre mudar novamente a definição de planetas está sendo estudada por astrônomos. Crédito: NASA

Em 2006, a União Astronômica Internacional (IAU) surpreendia o mundo quando definiu que Plutão não satisfazia as condições necessárias para ser considerado planeta. Naquela data, o antigo planeta Plutão seria reclassificado como planeta anão assim como Ceres e Makemake. Desde então, as condições necessárias para classificação de planetas eram bem definidas.

A classificação de objetos astronômicos seguem regras que são estabelecidas pela IAU que tendem a evitar confusão. No entanto, enquanto a Astronomia cresce, revisar parte dessas regras acaba sendo necessário. Questões como buracos negros, galáxias, estrelas sempre são revisadas para que as regras consigam englobar todos objetos necessários sem existir múltiplas classificações que podem levar a uma anular a outra.

Com isso em mente, astrônomos estão debatendo a necessidade de discutir mais uma vez se a definição de planeta é suficiente. Uma das principais regras está sendo colocada para debate. Segundo os astrônomos, as condições são muito vagas e precisam ser reconsideradas principalmente para englobar exoplanetas. Uma proposta já foi enviada para a IAU com intuito de reconsiderar as definições.

Planetas

Nós habitamos a Terra que é um objeto astronômico chamado de planeta. Ao todo são 8 planetas que estão localizados no nosso sistema planetário conhecido como Sistema Solar. Os quatro planetas internos são Mercúrio, Vênus, Terra e Marte enquanto so 4 planetas mais externos são Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Antigamente, o planetão anão Plutão era considerado como o nono planeta.

Para ser considerado um planeta, as condições são três: a primeira é que deve orbitar o Sol, a segunda é que deve ter formato esférico e a terceira é que precisa ser gravitacionalmente dominante na sua vizinhança.

Essas condições foram confirmadas pela IAU em 2006 com o intuito de padronizar as definições de objetos astronômicos. Além disso, isso resolveria um dos problemas que era o objeto astronômico Plutão que tinha muitas semelhanças com o seu satélite natural, Caronte. E isso criava a dúvida se Caronte deveria também ser considerada um planeta ou não.

Por que Plutão deixou de ser planeta?

Quando se fala sobre Plutão ter deixado de ser planeta, uma das respostas mais comuns é justificar que ele era muito pequeno. No entanto, Plutão satisfazia as duas primeiras condições necessárias para ser planeta. Ele falhava na terceira condição já que não conseguiu limpar sua vizinhança então não era gravitacionalmente dominante na vizinhança.

Plutão teve que ser reclassificado quando as condições foram estabelecidas pela IAU em 2006.
Plutão teve que ser reclassificado quando as condições foram estabelecidas pela IAU em 2006. Crédito: NASA

Com isso, a IAU anunciou em 2006 que Plutão seria reclassificado como planeta anão se juntando a Makemake e Ceres. Uma das questões levantadas era que se Plutão fosse considerado planeta mesmo sem satisfazer a terceira condição, outros astros também teriam que ser classificados como planetas. Para evitar e manter a regra, a votação internacional definiu reclassificar apenas Plutão.

Exoplanetas

Desde 2006 para cá, a área de exoplanetas dentro da Astronomia cresceu consideravelmente. Na última década, o número de exoplanetas chegou a superar os 5 mil objetos conhecidos. Esse número é muito superior aos 200 exoplanetas que eram conhecidos em 2006, aproximadamente. Esse número aumentou principalmente por causa de novos telescópios e novas técnicas.

Com o aumento do número de exoplanetas conhecidos, um problema na classificação surgiu. Para considerar um objeto como planeta é necessário seguir as condições estabelecidas pela IAU. No caso de exoplanetas, eles falham justamente na primeira condição que é a mais importante: orbitar o Sol. Exoplanetas são justamente planetas que orbitam outras estrelas.

Novas regras

Por causa desse problema, astrônomos se juntaram para propor uma mudança na definição de um planeta. Com essa mudança, a condição de ter que orbitar o Sol seria descartada e uma outra seria colocada no lugar. A proposta sugere incluir um limite mínimo e máximo de massa que definiria um planeta. Além disso, qualquer tipo de estrela poderia ser o objeto central do Sistema.

Caso essa proposta for aceita, os planetas do Sistema Solar continuarão com a mesma classificação. A diferença é que a maioria dos exoplanetas serão oficialmente considerados planetas. Apesar disso, Plutão e os planetas anões continuarão com a mesma classificação e não subirão para o status de planetas.

Referência da notícia

Margot et al. 2024 Quantitative Criteria for Defining Planets The Planetary Science Journal.