Recorde na moagem de cana-de-açúcar impulsiona produção de açúcar e etanol no Brasil: confira o levantamento de safra

A moagem de cana-de-açúcar no Brasil registrou um crescimento impressionante de 13% na segunda quinzena de junho de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Este aumento significativo é atribuído às condições climáticas favoráveis, que têm acelerado a colheita e processamento da cana.

A produção de açúcar também acompanhou esse crescimento, totalizando 3,25 milhões de toneladas na segunda quinzena de junho, um aumento de 20,11% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. No acumulado da safra, a produção de açúcar chegou a 14,20 milhões de toneladas, um aumento de 15,70% comparado ao ano passado.

A produção de etanol seguiu a mesma tendência de crescimento. Na segunda quinzena de junho, foram produzidos 2,31 bilhões de litros de etanol, sendo 1,42 bilhão de litros de etanol hidratado e 887,96 milhões de litros de etanol anidro.

O clima seco foi um fator crucial para o sucesso desta safra. Segundo o relatório quincenal da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) as condições climáticas favoráveis permitiram uma colheita mais rápida e eficiente. No entanto, ele alertou para o risco de que a antecipação da colheita possa intensificar os impactos do clima seco no rendimento das lavouras em algumas áreas.

Qualidade da Matéria-Prima

A qualidade da cana-de-açúcar também apresentou melhorias. O nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 139,96 kg por tonelada de cana na segunda quinzena de junho, um aumento de 5,16% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado da safra, o ATR manteve-se estável em 128,31 kg por tonelada, mesmo índice registrado no ciclo anterior.

Até o final de junho, 256 unidades produtoras estavam em operação na região Centro-Sul, das quais 238 processavam cana-de-açúcar, nove produziam etanol a partir do milho e nove eram usinas flex. A produção de etanol a partir do milho cresceu 22,70% na segunda quinzena de junho, alcançando 299,58 milhões de litros, comparado aos 244,16 milhões de litros do mesmo período do ano passado. No acumulado da safra, a produção de etanol de milho atingiu 1,80 bilhão de litros, um aumento de 25,94%.

Vendas de Etanol

As vendas de etanol também registraram crescimento significativo. Em junho, foram comercializados 2,84 bilhões de litros, um aumento de 10,95% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. O etanol hidratado apresentou um crescimento de 27,84% nas vendas, totalizando 1,81 bilhão de litros, enquanto as vendas de etanol anidro caíram 10,02%, totalizando 1,03 bilhão de litros.

No mercado interno, as vendas de etanol hidratado atingiram 1,77 bilhão de litros em junho, um aumento de 33,95% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar do crescimento nas vendas, o etanol hidratado continua competitivo nas bombas em grande parte do país, com uma relação de preços em relação à gasolina de 65,3% na última semana de junho.

Perspectivas para a Safra 2024/2025

Os resultados positivos até agora indicam uma safra promissora para 2024/2025. A antecipação das operações e as condições climáticas favoráveis têm sido determinantes para o desempenho robusto. No entanto, é crucial monitorar os impactos do clima seco no rendimento das lavouras e ajustar as estratégias de colheita conforme necessário.

Em São Paulo, principal estado produtor, a moagem acumulada atingiu 140,92 milhões de toneladas, enquanto no Paraná, a produção de açúcar teve um aumento significativo. Em Goiás, as vendas de etanol cresceram notavelmente, impulsionadas pela competitividade nos preços em relação à gasolina.

Em resumo, a safra 2024/2025 da cana-de-açúcar no Brasil está se destacando como uma das mais produtivas dos últimos anos, com aumentos significativos na produção de açúcar e etanol. O clima seco, embora benéfico para a colheita até agora, exige cautela para evitar impactos negativos no futur