Reservatórios do Brasil começam a apresentar sinais de melhora
Com o grande volume de chuvas registrado principalmente no início de 2022, muitos reservatórios de abastecimento e geração de energia do Brasil começaram a se recuperar após um dos piores cenários hídricos em décadas registrado no ano passado.
Esse verão tem sido bem chuvoso em grande parte do Brasil. Nos meses de dezembro de 2021 e janeiro de 2022 muitas regiões registraram acumulados de precipitação acima do esperado, principalmente no Centro-Norte do país. As chuvas em excesso causaram grandes prejuízos em algumas localidades, como em Minas Gerais e sul da Bahia, porém, elas também trouxeram grande alívio a outras regiões que estavam sob uma situação hídrica crítica!
Um dos principais fenômenos climáticos responsáveis por esses excesso de chuvas no Centro-Norte do Brasil é a La Niña, mas outros sistemas meteorológicos também tem contribuído com as chuvas, como a Oscilação de Madden-Julian e as formações de Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Já o sul das regiões Centro-Oeste, Sudeste e toda a região Sul tem registrado acumulados abaixo da média. Porém, algumas precipitações locais volumosas têm ocorrido nessas regiões, devido a formação de ciclones próximos à costa e ao próprio calor e umidade característicos dessa época do ano.
Reservatórios de abastecimento voltaram a se recuperar
Janeiro trouxe muitos temporais para o estado de São Paulo, essas chuvas fizeram com que o Sistema Cantareira, o maior fornecedor de água para a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) que abastece cerca de 6,9 milhões de pessoas, finalmente começasse a se recuperar.
O sistema fechou o ano de 2021 com armazenamento de apenas 24,9% de sua capacidade, o que colocava o sistema em fase de restrição, hoje o sistema está com 30,2%, colocando-o em fase de alerta, registrado pela última vez em setembro de 2021.
Juntos, os sete sistemas que abastecem a RMSP totalizam 46,1% da capacidade de armazenamento de água. Essa situação é um pouco mais confortável, porém ainda muito longe do ideal.
No Paraná, após quase dois anos, o rodízio no abastecimento de água na região metropolitana de Curitiba finalmente foi encerrado! Isso ocorreu após os reservatórios que compõem o Sistema de Abastecimento Integrado (SAIC) atingirem um nível médio de 80,34% da capacidade. Em novembro de 2020 o nível médio chegou a 26,7%.
Depois das chuvas volumosas no começo desse ano, os principais reservatórios da região metropolitana de Belo Horizonte, Várzea das Flores, Rio Manso e Serra Azul, atingiram 100% da capacidade. No Distrito Federal os reservatórios de Descoberto e Santa Maria, que juntos atendem cerca de 90% do consumo de água no DF, apresentaram armazenamento de 100% e 96%, respectivamente.
Geração Hidrelétrica
Desde dezembro os reservatórios das usinas hidrelétricas de grande parte do Brasil começaram a se recuperar, após configurarem a pior situação hídrica do Brasil dos últimos 91 anos em setembro de 2021.
O subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por cerca de 70% da geração de energia do Brasil, que em setembro de 2021 registrou um nível de armazenamento médio de seus reservatórios de apenas 17,1%, agora registra 39,4%. Esse é o maior patamar registrado pelo subsistema desde o mês de agosto de 2020, quando foi registrado 42% de armazenamento.
Além do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, os subsistemas Norte e Nordeste também estão em uma situação um pouco mais confortável do que o registrado na mesma data do ano anterior, com 86,4% e 73,5% de armazenamento, respectivamente. Porém, o armazenamento do subsistema Sul vem apresentando uma queda desde o início do ano e está abaixo do valor registrado na mesma data de 2021, com 36,9%.