Retrospectiva 2023: os progressos positivos que alcançamos para a natureza e o clima do planeta
Apesar da atenção ser maior para as notícias negativas, 2023 foi marcado por bons acontecimentos que merecem destaques, como: recordes de geração de energia renovável, novo tratado para a proteção dos oceanos, redução no desmatamento, entre outros.
O ano de 2023 foi cheio de notícias climáticas tenebrosas, como os diversos recordes de temperatura em todo o mundo, o aumento da poluição, incêndios florestais, os extremos de seca, inundações e as tempestades severas. Porém, mesmo em meio a esses acontecimentos negativos, também houve notícias positivas em relação ao clima e a natureza que iremos te contar a seguir.
Avanço da energia limpa no mundo
Em 2022 foi aprovada uma lei nos Estados Unidos (EUA) que impulsiona medidas destinadas a reduzir as emissões de gases ligados ao efeito estufa, apoiar a produção de energia limpa e incentivar a transição elétrica. Desde a sua aprovação, a lei já proporcionou mais de 110 bilhões de dólares em novos investimentos na produção de energia limpa e em veículos elétricos.
Além dos EUA, em outros países também houve avanços na energia limpa. Como é o caso de Portugal, que durante 6 dias seguidos os mais de 10 milhões de habitantes dependeram exclusivamente de fontes de energia renováveis.
Já a China, o maior poluidor climático do mundo, vem avançando rapidamente nas energias renováveis e o país pode atingir a meta de geração eólica e solar cinco anos antes do planejado. De acordo com um relatório publicado em junho de 2023, a China possui a maior capacidade solar do que o restante dos outros países juntos.
Aumento nas vendas de veículos elétricos
Em paralelo com o avanço da geração de energia limpa, houve um aumento significativo na venda de veículos elétricos (VE) no mundo. Um fator muito importante, já que de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês) o transporte rodoviário é o responsável por cerca de um sexto da poluição relacionada com o aquecimento global.
Os EUA bateu recorde de compras de VE em 2023, com cerca de 1 milhão de veículos e durante o primeiro semestre de 2023, os VE representaram 8% de todas as vendas de veículos novos de todo o país. Na China, os VE representaram 19% de todas as vendas de veículos. Na Europa, as vendas de VE aumentaram em 47% nos primeiros nove meses de 2023, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (EAMA, sigla em inglês).
Tratado do Alto Mar: proteção para todo o oceano
Em junho de 2023, a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou o Tratado do Alto Mar, que estabelece um marco legal para estender as faixas de proteção ambiental a águas internacionais. Ou seja, será esperado que a conservação e uso sustentável da biodiversidade marinha vá além da jurisdição nacional dos países.
Este tratado é de extrema importância, pois até o momento, os países possuem jurisdição no mar em uma extensão de somente 200 milhas náuticas (370 km) da costa. A partir desse ponto, já é considerado o alto mar e não há um responsável para manter a conservação marinha e essa área do alto mar é muito importante, pois representa 2 terços de todo o oceano.
Recuo do desmatamento no Brasil
Uma ótima notícia para o Brasil em 2023 foi que o ritmo de desmatamento da floresta amazônica desacelerou, caindo cerca de 22,3% até julho. Isso foi devido à adoção de medidas de monitoramento das florestas para a detecção de atividades criminosas, com o objetivo de parar completamente o desmatamento até 2030.
Além disso, os demais países amazônicos estão tentando colaborar regionalmente para rastrear, mapear e deter o desmatamento por meio de projetos como o MapBiomas, que coleta e apresenta dados sobre as mudanças do uso da terra.
COP28 pede transição de combustíveis fósseis
Durante a COP28, quase 200 países assumiram o compromisso de fazerem a transição dos combustíveis fósseis para a energia limpa. O presidente da COP28, Sultan Al Jaber, chamou este acordo de histórico e acrescentou que ele representa uma mudança de paradigma e possui o potencial de mudar as nossas economias.
O acordo não exige que os países reduzão a quantidade que produzem e utilizam dos combustíveis fósseis até chegarem a zero, mas apela à redução deste uso de combustíveis. A partir de agora, será necessário acompanhar como esses países irão seguir para poder implementar este importante acordo.