Rio Grande do Sul: Aeroporto Internacional de Porto Alegre só deve reabrir em dezembro

Nova vistoria realizada nesta segunda-feira (3) constatou que serão necessárias várias reformas no Aeroporto Internacional Salgado Filho, que só deve reabrir na segunda quinzena de dezembro.

Aeroporto Internacional Salgado Filho, Porto Alegre
Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, segue com algumas partes alagadas. Crédito: Mateus Bruxel/Agência RBS.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, completou um mês com as portas fechadas nesta segunda-feira (3), após as enchentes que alagaram a cidade gaúcha, deixando um rastro de destruição.

E neste dia 3 foi realizada uma nova vistoria no local, que reuniu representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Fraport Brasil, que é a administradora do Aeroporto, e do Governo Federal.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho de Porto Alegre deve reabrir na segunda quinzena de dezembro, segundo as autoridades.

Durante a avaliação, foi constatado que serão necessários vários reparos na rede elétrica e reformas na pista, que está esfarelando o seu asfalto. Por isso, o Aeroporto deve permanecer fechado até a segunda quinzena de dezembro. Contudo, o período mais preciso de reabertura vai ser possível depois que ocorrer uma análise da pista, que será concluída em julho.

Algumas partes do aeroporto ainda estão alagadas. Segundo noticiários, produtores de arroz locais ajudaram na drenagem da água acumulada, utilizando bombas de irrigação. Os danos que persistem exigem um alto investimento em limpeza e reformas.

Aeroporto Internacional Salgado Filho, Porto Alegre, alagamento
A inundação chegou ao interior do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Imagens do dia 5 de maio. Crédito: Reprodução/Redes Sociais.

O térreo do aeroporto ficou completamente submerso durante as enchentes. A água passou por cima do sistema da bacia de detenção e atingiu cabos de telefonia, internet e equipamentos. No estacionamento, havia dezenas de carros que foram atingidos. Neste momento, a água recuou na parte interna do aeroporto, mas as ruas de acesso e a pista ainda estão comprometidas.

Normalmente, o Aeroporto Salgado Filho realizava uma média de 142 voos diários, tanto nacionais quanto internacionais. Desde o seu fechamento, mais de 4,2 mil voos foram cancelados.

A Fraport informou nesta segunda-feira (3) que só foi possível entrar com maquinários mais pesados no local quando a água baixou. O processo interno de limpeza com lojistas já iniciou, bem como a limpeza da pista. E segundo autoridades, somente em equipamentos, a Fraport deverá gastar cerca de 45 milhões de reais.

Diante dessa situação, o estado do Rio Grande do Sul ficou sem voos internacionais, já que era o único aeroporto com autorização para tais operações.

Uma alternativa ao Aeroporto Salgado Filho

Sem o principal aeroporto do estado, a Base Aérea de Canoas passou a fazer esse tipo de voo em caráter emergencial.

O Ministério dos Portos e Aeroportos anunciou no dia 29 de maio que o número de voos comerciais vai dobrar a partir do dia 10 de junho na Base Aérea de Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre, com 70 voos por semana. Em média, serão 10 voos por dia.

Aeroporto Internacional Salgado Filho, Porto Alegre
A Fraport informou que só foi possível entrar com maquinários mais pesados no local quando a água baixou. Crédito: Mateus Bruxel/Agência RBS.

Além disso, a Fraport criou um terminal remoto no ParkShopping Canoas, que está em funcionamento desde o dia 27 de maio. De lá são realizados embarque e desembarque de passageiros no térreo do shopping. O terminal conta com espaço para check-in, despacho de bagagem e embarque dos passageiros.

Os números atuais da tragédia

As últimas chuvas que causaram enchentes e vários estragos no Rio Grande do Sul já deixaram 172 mortos, e 42 pessoas ainda estão desaparecidas, segundo o último boletim da Defesa Civil divulgado na manhã da segunda-feira (3).

Além disso, mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas, sendo que 579 mil estão desalojadas e 37 mil em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 475 foram atingidos de alguma forma pela tragédia.