Rios da Amazônia enfrentam níveis críticos e Monitor de Secas mostra a piora dos índices no Norte do Brasil
O Rio Negro se aproxima do nível histórico, e o Monitor de Secas atualizado mostra o avanço da seca extrema em estados do Norte. Confira o prognóstico de precipitação para os próximos meses.
Entre janeiro e setembro, o país contabilizou 200 mil focos de incêndio, 10 mil a mais que o total registrado no ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O estado do Amazonas, por exemplo, já acumulou 21,3 mil focos, superando em 140 casos o recorde anterior de 2022.
Alguns rios da região Amazônica atingiram níveis históricos nas últimas semanas devido à seca. O Rio Negro está próximo de atingir o nível crítico da seca histórica de 2023, em Manaus. Segundo a Defesa Civil do Amazonas, na última terça-feira (24) o rio marcou 14,30 metros, ficando apenas 1,60 metro acima da menor cota já registrada em 121 anos, que foi de 12,70 metros.
Em Rondônia, o baixo nível dos rios afeta a economia de várias formas, como por exemplo, os bancos de areia dificultam a navegação, enquanto a geração de energia nas usinas de Jirau e Santo Antônio está ameaçada pela queda na vazão. Em Porto Velho, a escassez de chuvas e as queimadas estão causando sérios transtornos no aeroporto.
Seca extrema avança sobre os estados do Norte
O Monitor de Secas é utilizado para monitorar os períodos de estiagem no Brasil, capaz de acompanhar a continuidade de secas e o grau de severidade com impactos associados, pois os efeitos da seca podem gerar prejuízos incalculáveis. Ou seja, é observado o surgimento, desaparecimento, evolução e involução do fenômeno de seca.
Ele nos mostra uma panorâmica de todo o Brasil, mas vamos focar no Norte! Devido às precipitações abaixo da média, foi observado o avanço da seca extrema no centro-sul do Amazonas; da seca grave no centro do estado do Acre, no norte de Rondônia e no oeste do Amazonas, na região do Rio Negro; além do avanço da seca fraca no sul do Pará, no leste do Amazonas e no centro-sul do Amapá.
Além disso, houve o agravamento da seca, que passou de grave para extrema no sudeste do Acre, e de fraca para moderada no nordeste do Pará. Por outro lado, devido à melhora nos indicadores, no norte de Roraima, houve o recuo da seca fraca e abrandamento da seca, que passou de moderada para seca fraca.
Os volumes de chuva ficaram bem abaixo da média esperada nos últimos meses, especialmente nas regiões sul e leste do estado do Amazonas. Mas qual a expectativa para o próximo trimestre de Outubro-Novembro-Dezembro?
O que esperar para o próximos meses?
Segundo o modelo de confiança da Meteored Brasil, o ECMWF, entre Outubro-Novembro-Dezembro, as anomalias de precipitação ainda mostram um padrão irregular em algumas partes da região Norte, especialmente no leste do Amazonas, oeste do Pará, Rondônia e norte de Roraima.
Porém, as projeções indicam anomalias positivas de precipitação na porção central do estado do Amazonas, no norte do Acre e no sul de Roraima, o que poderia melhorar os índices de seca na região Norte e, consequentemente, recuperar a recarga hídrica dos principais rios. Vale lembrar que essas previsões, podem apresentar incertezas e mudarem em rodas futuras do modelos.