Risco máximo em Maceió: o colapso das minas da Braskem poderá ocorrer a qualquer momento e afundar parte da cidade!
Parte da cidade de Maceió pode desabar a qualquer momento devido ao provável colapso das minas subterrâneas da Braskem na região. Esse colapso poderá gerar prejuízos sociais e ambientais de enormes proporções, sendo o maior desastre ambiental do Brasil.
A prefeitura de Maceió, capital de Alagoas, decretou situação de emergência na última quarta-feira (29) devido à iminência do colapso de uma mina subterrânea da petroquímica Braskem que poderá ocorrer a qualquer momento a partir de agora no bairro de Mutange, onde está localizada a mina, e as regiões no entorno.
Segundo o governo do estado, em novembro foram registrados 5 abalos sísmicos na região da mina, sendo que 3 deles ocorreram apenas nesta semana, segundo registros do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). A própria Braskem disse em uma nota que seu sistema de monitoramento registrou microssismos e movimentações atípicas na região nos últimos dias e informou que a situação vem se intensificando.
Na noite de ontem (30), as autoridades entraram em alerta devido ao aumento da velocidade de afundamento do solo, que antes era de 50 cm por dia e passou para 53 cm por dia. Com isso, as autoridades que monitoram a situação disseram que o colapso poderia ocorrer a qualquer momento a partir de agora, com previsão para ocorrer no início desta sexta-feira (01).
Apesar do colapso não ter ocorrido na manhã desta sexta, conforme previsto, a Defesa Civil informa que é só uma questão de tempo. Dessa forma, as autoridades isolaram os locais que serão afetados pelo colapso da mina, evacuaram casas e inclusive um hospital da região, além de proibirem a navegação da lagoa Mundaú, pois 60% da área da mina fica submersa na lagoa.
O desabamento da mina poderá resultar na formação de uma imensa cratera na região, podendo alcançar o tamanho do estádio do Maracanã, de acordo com especialistas. Isso porque espera-se que o colapso dessa mina afete também minas vizinhas, gerando um efeito cascata entre elas.
Com isso, a água da lagoa Mundaú seria escoada para a cratera, junto com terra e outros detritos, resultando na formação de um novo lago de 8 a 10 metros de profundidade. Já a lagoa sofreria com uma salinização da água, o que geraria grandes prejuízos a toda área de mangue da região. A ocorrência de um pequeno “tsunami” foi descartada pelas autoridades.
A Defesa Civil do município ainda informou que não é possível medir as consequências desse colapso, pois eles estão diante de algo que nunca enfrentaram. Especialistas também afirmam que esse será o maior desastre ambiental brasileiro ocasionado pela mineração, superando os desastres ocorridos em Brumadinho e Mariana, devido às dimensões que poderá alcançar e o número de pessoas que serão prejudicadas.
Por que isso está acontecendo com Maceió?
Infelizmente essa já era uma tragédia anunciada a muito tempo na capital alagoana, que agora segue para um desfecho terrível. O caso veio à tona no ano de 2018, quando moradores de alguns bairros de Maceió, como o bairro de Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto, passaram a relatar tremores de terra, grandes rachaduras dentro de suas casas, abertura de fendas e crateras nas ruas, além do gradual afundamento do solo.
Esses primeiros tremores já estavam associados ao desmoronamento de algumas das 35 minas localizadas na área urbana. As minas da empresa Braskem em Maceió são formadas por cavernas abertas para a extração de sal-gema a mais de mil metros de profundidade, utilizado para a produção de soda cáustica e policloreto de vinila (PVC). As atividades de extração ocorreram por muitos anos, entre os anos de 1979 a 2019, sem levar em consideração os possíveis impactos futuros para o solo e para a cidade.
Em 2019, um ano após os relatos dos estragos registrados pela população, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) confirmou que as atividades de mineração da Braskem estavam provocando instabilidades e afundamento no solo, com isso as minas foram fechadas. Em junho de 2019 foram emitidas as primeiras ordens de evacuação para os bairros afetados.
Desde então, mais de 14 mil residências foram desocupadas na região, afetando a vida de cerca de 55 mil pessoas. Dessa forma, várias partes desses bairros, que antes eram bem movimentados e cheios de vida, foram sendo evacuados e interditados, se tornando regiões desertas e abandonadas da cidade.