Saiba os riscos à saúde que a exposição a fumaça das queimadas pode trazer

A exposição à fumaça das queimadas pode levar a danos diretos sobre o corpo, causando tosse, dificuldade ao respirar, irritação nos olhos, garganta e nariz, a efeitos indiretos, agravando condições respiratórias e cardiovasculares.

incêndios
A fumaça das queimadas podem trazer riscos diretos e indiretos à saúde, agravando doenças pré-existentes.

A tonalidade cinza do céu em Fortaleza (Ceará), ou o "sol vermelho" em estados do Sul tem impressionado e chamado a atenção de moradores em todo o país. No entanto, esses fenômenos revelam um cenário preocupante em todo o país, e que traz riscos para a saúde humana e dos ambientes: queimadas.

Danos diretos e indiretos à saúde

A exposição à fumaça das queimadas traz inúmeros riscos para a saúde humana e animal. Entre os principais sintomas diretamente associados a exposição à fumaça, segundo a Secretaria de Saúde do Ceará, são:

  • dores de cabeça;
  • irritação e ardência nos olhos, garganta e nariz;
  • rouquidão;
  • lacrimejamento;
  • tosse seca;
  • dificuldades de respirar;
  • cansaço;
  • alergias, dermatites;

Ainda, essa exposição pode indiretamente e contribuir para o agravamento de doenças cardiovasculares e respiratórias, por exemplo:

  • asma;
  • bronquite;
  • sinusite;
  • doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
  • síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG);

Dados científicos revelam que a exposição ao material particulado de fumaças, relacionado a incêndios florestais, contribui com o aumento entre 20 a 30% nas hospitalizações por causas cardiorrespiratórias, sendo idosos e crianças as populações mais afetadas.

Riscos para gestantes

Estudos científicos apontam que a exposição durante a gestação ao material particulado em fumaças pode trazer riscos para o parto prematuro, em um estudo que avaliou os períodos de incêndios florestais no Brasil.

Isso deve ser uma grande preocupação para as autoridades de saúde pública, obstetras e formuladores de políticas - Requia, et al.

Segundo o estudo, a região sudeste foi a que apresentou o maior aumento no risco de parto prematuro, especialmente quando a exposição à fumaça ocorreu durante os primeiros trimestres da gestação.

Brasil em chamas

Em 2024, cerca de 3,2 milhões de hectares da Amazônia foram consumidos pelo fogo, e no Pantanal, quase 1,9 milhão, representando 12,5% do território, segundo O Tempo.

Ainda, 1.886 focos de calor, número que representa o dobro da média histórica para todo o mês de agosto, foram observados no estado de São Paulo. No interior do estado, motoristas ficaram sem visibilidade em diversas rodovias, aulas foram suspensas em Ubarana e Urupês e dois funcionários de uma usina morreram tentando controlar o fogo em uma área de pastagem, segundo o portal G1.

Medidas de proteção

Para evitar a exposição à fumaça das queimadas, em regiões afetadas, o uso de máscaras com alta capacidade filtrante, como PFF2 ou N95, são indicadas. Evitar saídas em ambientes externos atingidos pelas fumaças, usar protetor solar e manter a hidratação são recomendados.

Segundo o especialista em qualidade do ar interno e engenheiro civil Leonardo Cozac, "uso de purificadores de ar HEPA, ventilação mecânica com filtros, procurar ambientes com ar condicionado central, trocar o filtro do ar do carro" também são medidas úteis diante deste cenário, mas que também melhoram a qualidade do ar em ambientes internos, de uma forma geral.