Satélite feito de madeira é colocado em órbita! Para o que ele serve?
Satélite construído por pesquisadores de universidade japonesa é feito de madeira e foi colocado em órbita pela ISS.
Satélites são extremamente importantes para a humanidade visto que eles são utilizados de várias formas no nosso cotidiano. Eles são importantes para comunicação, acesso à internet, transmissão e até para parte científica como Meteorologia e Astronomia. Graças aos satélites conseguimos ter acesso instantâneo a notícias e pessoas espalhadas pelo mundo todo.
Com o avanço da globalização e da tecnologia, naturalmente o número de satélites passou a aumentar. Principalmente empresas menores capazes de lançar satélites e empresas maiores lançando constelações com diversas componentes. Com isso, a órbita em torno da Terra começou a ficar cada vez mais populosa com satélites ativos e inativos. Isso cria uma poluição orbital que se torna um problema para os satélites ativos.
Algumas formas de resolver esse problema já foram propostas por diferentes agências espaciais ao redor do mundo. A Agência Espacial Japonesa e a Universidade de Kyoto propuseram uma solução inusitada: um satélite feito de madeira. A ideia é que esse satélite consiga queimar quando ficar inativo e entrar na atmosfera terrestre. Para isso, a Universidade de Kyoto iniciou testes junto com a estação espacial (ISS).
Satélite de madeira
No dia 7 de janeiro, a NASA anuciou que os astronautas da ISS conseguiram colocar 5 satélites em órbita ao redor da Terra. Um desses satélites é o LignoSat, um satélite de madeira feito por pesquisadores da Universidade de Kyoto junto com a Agência Espacial Japonesa. O satélite havia sido lançado em novembro de 2024 através do foguete SpaceX Falcon 9.
O LignoSat foi fabricado com madeira de magnólia e usando uma técnica tradicional japonesa que permite que os painéis flexionam com a temperatura. Ao todo, o satélite tem 10 centímetros e pesa cerca de 900 gramas sendo um dos objetos mais leves em órbita. Ele é o primeiro de uma série de satélites que serão projetos pelos pesquisadores da Universidade de Kyoto.
O que ele irá fazer?
O satélite será usado para estudar como a madeira se comporta em um ambiente extremo como o espaço. Duas coisas que serão estudadas pelo satélite serão como a madeira se comporta com a tensão e deformação devido à temperatura. Além disso, os pesquisadores também estão interessado em entender como a radiação solar e a radiação cósmica afetará o satélite.
Por fim, um ponto importante é estudar as interferências magnéticas nas componentes do satélite. Satélites comuns, feitos de metal, são verdadeiras gaiolas de Faraday que protegem o sistema eletrônico do interior. Já o LignoSat não terá a proteção que gaiolas de Faraday oferecem. O objetivo é quantificar quão forte são essas interferências para poderem ajustar o problema nos próximos lançamentos.
Por que fazer de madeira?
A ideia de fazer um satélite de madeira veio para tentar resolver o problema de poluição na órbita terrestre. Um dos efeitos associados à esse problema é chamado de “efeito Kessler” que a quantidade de objetos em órbita pode se tornar alta o suficiente ao poto de começar colisões. Essas colisões criariam um efeito cascata que afetaria os satélites ativos e que são importantes para a Terra.
O satélite de madeira poderia queimar completamente quando fossem desativados e caíssem na atmosfera terrestre. Dessa forma, diminuiria consideravelmente a quantidade de destroços que ficam orbitando quando satélites são desativados ou destruídos. A madeira poderia trazer uma solução sustentável em comparação com os metais que ficam orbitando e podem entrar na atmosfera.
Próximas missões
O LignoSat é o primeiro de uma série de missões que serão lançadas nos próximos anos. A ideia é utilizar a coleta de dados do LignoSat para desenvolver e melhorar os próximos. A previsão é que o LignoSat2 seja lançado em 2026. Objetivo é de que as indústrias de satélites comecem a se interessar pelo projeto quando os desafios técnicos forem resolvidos.