Seca revela novos mistérios sobre navio fantasma da Segunda Guerra Mundial
O Serviço Florestal dos EUA descobriu, há quase um ano, um barco pertencente à Segunda Guerra Mundial no Lago Shasta, norte da Califórnia. Sua recente divulgação se tornou um fenômeno devido às questões misteriosas que envolvem a história da guerra.
De acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia, desde que os registros começaram em 1896, a Califórnia enfrenta o seu quarto ano consecutivo de intensa seca, com pouca esperança de um cenário otimista. Ondas de calor se mesclaram com episódios remotos de chuva, que beneficiaram regiões isoladas da Califórnia, sem ser capaz de reverter a condição de seca que se instalou nessa potência agrícola.
Essas chuvas deixaram duas das mais importantes reservas da Califórnia, os Lagos Shasta e Oroville, em níveis melhores em relação ao ano de 2021. Mas, ainda assim, ambos estão com 30% e 40%, respectivamente, abaixo de sua capacidade média.
O Shasta é o maior lago artificial da Califórnia. Junto com outras cinco reservas, formam o Projeto Vale Central, que fornece água para 1.2 milhão de hectares de campos irrigados, além de abastecer o consumo residencial de milhões de pessoas.
Devido às condições de seca, o Barco Higgins da Segunda Guerra Mundial, da época da invasão da Sicília e do Atol de Tarawa, foi encontrado no Lago Shasta, no norte da Califórnia, localizado a 370 quilômetros de São Francisco, após a redução do nível da água. O barco, com 10 metros de comprimento e todo enferrujado coberto com sedimentos do lago, pertence a um modelo que era usado para transportar tropas de navios para portos de ataque.
O exemplar descoberto no Shasta tem os números “31-17” na porta, representando seu vínculo ao USS Monrovia, lançado em 1942 em Norfolk, Virgínia. O navio pertencia à frota comandada pelo tenente-general George Smith Patton, filho e homônimo do famoso comandante do tanque da Segunda Guerra Mundial, e estava na linha de frente no Mediterrâneo e Pacífico.
Monrovia era o centro de comando de George na invasão da Sicília em 1943, na tentativa de conquistar a ilha italiana. No final de 1943, acredita-se, também, que o barco fez parte do ataque americano ao Atol de Tarawa, até então território japonês, que hoje faz parte do arquipélago de Kiribati.
Esse modelo - Higgins - está presente em diversas batalhas nas águas do Oceano Pacífico. Em suas costas, o Higgins tem duas torres que servem para os soldados se posicionarem com suas metralhadoras.
Primeira aparição desse navio fantasma
Em 2021 os reduzidos níveis do Shasta já expuseram o barco, apelidado de “navio fantasma”. Na época, um bombeiro chamado James Dunsdon, tentou convencer o Serviço Florestal a lhe entregar os destroços. Em seguida, um pequeno aumento dos níveis voltou a esconder o Higgins; que foi, então, retirado do lago após as autoridades darem permissão.
De acordo com o Serviço Florestal, a restauração será feita para preservar o máximo possível do barco para que ele possa ser exibido em seu estilo desgastado pela batalha no Museu da Guarda Nacional em Seward, Nebraska.
A propagação da descoberta desse navio se tornou um mistério envolvendo algumas teorias que tentassem explicar o que levou o Higgins à Califórnia, que ainda é um tesouro aberto à especulações.