Seis padrões de tempo comuns no inverno
O inverno astronômico se inicia no dia 21 de junho, mas o inverno meteorológico já está em vigor desde o dia 1º deste mês. Geadas, neve, seca e até tempestades severas são alguns dos fenômenos que afetam partes do Brasil a cada inverno.
A fim de que as pessoas se preparem para condições de tempo extremas, os previsores buscam certos padrões de grande escala que possam sinalizar possíveis impactos. Aqui estão listados alguns padrões que observamos durante o inverno meteorológico.
1. Onda de frio
As ondas de frio correspondem a um período de forte resfriamento do ar em uma vasta área, de modo que a temperatura fica abaixo de certos limiares climatológicos por alguns dias. O fenômeno pode ser previsto com dias de antecedência. Para tanto, os meteorologistas monitoram a corrente de jato, pressão em superfície e as massas de ar de origem Antártica, entre outros. Uma assinatura clássica de nível superior para surtos de ar frio no Brasil exibe uma crista de alta pressão amplificada no Pacífico Sul, consequentemente um cavado profundo se configura entre o continente e o Atlântico.
2. Neve no Sul
Precipitações invernais (chuva congelada, neve granular, neve etc) são comuns nas terras sulistas, sendo até um atrativo turístico, mas o deslumbre da paisagem branca não é uma cena de todos os invernos. Para que haja neve nas serras sulistas, é importante que a configuração de nível superior dita no tópico da onda de frio desenvolva um sistema de baixa pressão próximo à costa do Sul. A interação entre o levantamento do ar favorecido pelo padrão de vento de nível superior e o ar frio e úmido do oceano que sobe as terras de maior altitude, acaba gerando a precipitação invernal. O tipo de precipitação dependerá do perfil vertical da temperatura do ar.
3. Chuva no leste do Nordeste
No inverno austral, a Alta do Atlântico Sul apresenta sua máxima intensidade e deslocamento para oeste. Por consequência, os ventos alísios de sudeste se mostram intensificados ao longo da costa leste nordestina, garantindo um elevado transporte de umidade para o litoral. A estação chuvosa no leste da Região também é influenciada pelas frentes que conseguem alcançar o litoral da Bahia, além das ondas de leste.
As ondas de leste são perturbações no fluxo dos ventos alísios e apresentam uma área de trovoadas a leste do seu eixo. Algumas vezes, as ondas de leste são responsáveis por chuvas fortes que geram inconvenientes como inundações, alagamentos e deslizamentos de terra.
4. Calor e seca
Do ponto de vista de saúde pública, este padrão é certamente um dos mais preocupantes, isso porque a poluição do ar se agrava, os valores de umidade relativa ficam críticos e um surto de queimadas se alastra de norte a sul da nação. O ambiente seco que evidencia estes problemas é gerado quando um bloqueio de larga escala se expande sobre os céus do Brasil. Na presença deste potente sistema de alta pressão de nível superior, o jato subtropical se intensifica ao sul em uma configuração zonal, impedindo que os distúrbios enviados pelo jato polar se efetivem ao norte. Normalmente, a manifestação deste padrão se dá por frentes estacionárias na Região Sul.
5. Tempestades severas
Uma ameaça severa é levada em conta pelos meteorologistas a partir do momento em que a corrente de jato dá sinais de uma exuberante subida ao norte em direção ao centro da América do Sul. Isso é satisfeito quando o padrão de nível superior se mostra amplificado desde o Pacífico. Em alguns casos particulares, a queda da pressão no continente é tão violenta que configura um forte jato de baixos níveis anômalo para a época (vindo da Amazônia) em direção a cilogênese e frontogênese sobre o continente. Na medida em que a frente recém formada se propaga pela Região Sul encontrando um ambiente cisalhado, úmido e instável, imponentes cumulonimbus e supercélulas se formam para a felicidade e o click de muitos caçadores de tempestades, mas infelizmente os danos são inevitáveis em áreas habitadas.
6. Tempestade de inverno
Por vezes, os sistemas de baixa pressão citados nos contextos acima (ondas de frio, neve e tempestades severas) se intensificam na costa da Região Sul e afetam as cidades litorâneas com chuvas fortes, ventos intensos e ressaca marítima. Alguns destes sistemas podem apresentar uma redução da pressão igual ou superior a 24 mb em 24 horas, ganhando status de ciclone explosivo e com ventos equivalente à de um furacão.