Semana de intensa atividade ciclônica no Atlântico
A semana foi marcada por intensa atividade ciclônica no Atlântico. Aqui em nossa costa, tivemos a evolução da tempestade subtropical Kurumí, enquanto no Atlântico Norte um ciclone bomba ocupa quase todo setor norte da bacia oceânica.
Essa semana foi marcada por intensa atividade ciclônica na bacia oceânica do Atlântico. No Atlântico Sul, na nossa costa, presenciamos a evolução do ciclone subtropical Kurumí, que trouxe tempo severo ao litoral sudeste e agitação marítima no litoral sudeste e sul do país. O Atlântico Norte se mostra mais ativo do nunca com um ciclone extratropical bomba, com estrutura tão organizada e dimensões tão monstruosas, que impressiona nas imagens de satélite.
Tempestade subtropical Kurumí
Kurumí se desenvolveu como uma baixa pressão na segunda-feira (20) próximo a costa da Bahia e Espírito Santo, nos resquícios de uma frente fria proveniente de um ciclone extratropical que se deslocava para sudeste. A instabilidade frontal aliada à convergência de umidade são mecanismos importantes para o desenvolvimento de ciclones nesta região. Somente na quinta-feira o sistema foi classificado como depressão subtropical.
A Marinha do Brasil, responsável pelo monitoramento meteorológico e oceanográfico desta porção do Atlântico Sul, reclassificou o sistema como tempestade subtropical quando os ventos observados ultrapassaram 63 km/h, o que ocorreu na sexta (24). A partir de então, o ciclone subtropical foi nomeado Kurumí, o 9º nome da lista oficial estabelecida pela Marinha. Esta lista de nomes está vigente deste 2011, com a nomeação da tempestade subtropical Arani. Veja a lista de nomes aqui.
Já no ontem (25), Kurumí perdeu intensidade e o status de tempestade subtropical. Conforme se desloca para mais para sul/sudeste, o ciclone entra em um ambiente com maior cisalhamento do vento, perdendendo as características subtropicais e ganhando características de um ciclone extratropical.
Kurumí gerou muita agitação marítima do Espírito Santos até Santa Catarina e trouxe tempo instável para a costa sudeste do Brasil, com chuvas e ventos fortes. Além disso, o ciclone subtropical auxiliou o estabelecimento da primeira Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), associada a chuvas volumosas que afetaram vários estados, mas principalmente Minas Gerais e Espírito Santo.
Ciclone bomba no Atlântico Norte
Enquanto isso, no Atlântico Norte, a atividade ciclônica também chama a atenção. No meio da semana dois ciclones extratropicais se formaram em sequência. Um deles, apresentou desenvolvimento rápido, com a presença de "sting jet", como Brendan, na semana passada. A análise feita na sexta (24) mostrou um decaimento da pressão central de 43 hPa em 24h, o classificando como ciclone bomba. As imagens de satélite são impressionantes e mostravam uma estrutura clássica de ciclones de rápido desenvolvimento.
Agora o sistema extratropical domina agora a maior parte do Atlântico Norte, e é tão grande que enquanto seu centro esta localizado à oeste da Islândia, sua frente fria principal está se propagando pela Europa Ocidental. Os intensos vento gerados por esse sistema vão trazer grande agitação marítima para Irlanda e Escócia na terça. O sistema deverá também trazer o ar frio do Ártico para Irlanda e Reino Unido no começo da semana que vem, com chances de neve em algumas localidades.