Sendo atacado? Telescópio Gaia foi atingido por um micrometeoroide e por uma tempestade solar
Telescópio espacial Gaia sofreu com uma colisão de um micrometeoroide e com uma tempestade solar que o atingiu
Um dos telescópios que revolucionou a Astronomia nas últimas décadas foi o telescópio espacial Gaia. Ele foi projetado e lançado em dezembro de 2013 como missão da Agência Espacial Europeia (ESA). O objetivo principal do telescópio é criar um mapa tridimensional das estrelas da Via Láctea contendo a velocidade e a posição de cada estrela. Ao todo espera-se que o catálogo atinja cerca de 1 bilhão de estrelas.
Com o catálogo do Gaia, astrônomos pretendem estudar como é a dinâmica das estrelas e outros corpos dentro da Via Láctea. Dessa forma seria possível também entender a evolução da Via Láctea e ter insights de como foi sua formação. Além dos objetos localizados na nossa Galáxia, o Gaia também poderá observar alguns objetos extragalácticos como quasares.
Recentemente, o telescópio Gaia teve uma maré de azar quando foi atingido duas vezes seguidos por fenômenos astronômicos. O primeiro deles foi um micrometeoroide em velocidade alta e logo depois foi atingido por uma tempestade solar. Os fenômenos contribuíram para que astrônomos conseguissem ajustar parâmetros dos próximos telescópios a serem lançados.
Missão Gaia
Em 19 de dezembro de 2013, a Agência Espacial Europeia (ESA) lançou o telescópio espacial Gaia que fazia parte da missão com mesmo nome. O objetivo dessa missão era criar um mapa tridimensional dos objetos da Via láctea como estrelas e objetos compactos. O Gaia conseguiria medir com precisão a velocidade e a posição de cada objeto conseguindo fazer um mapa real da Galáxia.
A expectativa é que o telescópio Gaia consiga um catálogo com cerca de 1 bilhão de estrelas e objetos da nossa Galáxia. Para compor o catálogo, os dados obtidos com o Gaia são, além da posição e velocidade, luminosidade, temperatura e composição química dessas estrelas. Com todos esses dados, os catálogos do Gaia são essenciais para compreender a dinâmica, evolução e formação da Via Láctea.
Gaia na Astronomia
Todos os dias, o telescópio Gaia manda cerca de 25 gigabytes de dados para a Terra contendo todos os dados descritos. Além disso, no próprio telescópio há um software que consegue detectar falsos positivos e evitar mandar dados desnecessários. Com essa quantidade de objetos que o telescópio observa é possível fazer um mapa tridimensional.
Desde que foi lançado há mais de 10 anos atrás, os catálogos que são produzidos pela missão e publicados de forma gratuita são importantes para diversos artigos. Além da importância do mapa tridimensional, usando esses dados é possível compreender os modelos cosmológicos que descrevem a distribuição de matéria no Universo. Nesses catálogos contém uma quantidade de objetos extragalácticos que contribuem como dados necessários nesses modelos.
Acidentes
Em abril desse ano, o telescópio Gaia sofreu um impacto com um micrometeoroide em alta velocidade que danificou parte do instrumento que capta luz de objetos distantes. Nas semanas seguintes enquanto o grupo de engenheiros do ESA estavam estudando possibilidades para solucionar o problema, o telescópio Gaia começou a mostrar problemas na parte elétrica. O problema elétrico foi devido a uma tempestade solar.
Um dos problemas foi no próprio software que detecta falsos positivos, o time de astrônomos na Terra perceberam que o telescópio parou de filtrar esses falsos positivos. Os engenheiros acreditam que o problema foi que o sistema elétrico do telescópio começou a confundir sinais eletromagnéticos do espaço com os próprios sinais elétricos. Os problemas afetou a habilidade do Gaia de detectar e identificar possíveis objetos astronômicos.
Retomando a missão
O time responsável pelo telescópio Gaia passou os últimos meses trabalhando para resolver os problemas causados pelos dois acidentes. Impactos de meteoroides não são raros na posição que o Gaia está já que é um ponto gravitacional importante. Depois de meses de trabalhos de um grupo envolvendo engenheiros, astrônomos e físicos, o Gaia retomou recentemente as observações e está funcionando novamente.
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