Soja e milho prosperam, enquanto trigo enfrenta desafios no Brasil, segundo relatório GEOGLAM
Lançado em 2011 pelo G20, o GEOGLAM, junto ao AMIS, monitora as condições agrícolas globais para melhorar a transparência e responder a desafios de segurança alimentar, usando dados avançados de observação da terra.
A crescente preocupação com os períodos imprevisíveis de preços altos e voláteis dos alimentos nos mercados mundiais levou a chamadas internacionais generalizadas por informações agrícolas melhores e previsões mais precisas.
Em resposta a isso, o Grupo dos Vinte (G20 - fórum de cooperação internacional dos chefes de estado) tomou uma iniciativa em 2011, lançando duas plataformas interinstitucionais destinadas a melhorar a transparência do mercado agrícola e coordenar a resposta política para a segurança alimentar e o monitoramento de culturas: o Sistema de Informação de Mercado Agrícola (AMIS) e a iniciativa de Monitoramento Agrícola Global do Grupo de Observações da Terra (GEOGLAM).
Enquanto o AMIS fornece uma plataforma internacional para aprimorar a transparência do mercado alimentar e responder às políticas de segurança alimentar, o GEOGLAM concentra-se em aprimorar as capacidades de monitoramento de culturas, apoiando políticas, investimentos e decisões em segurança alimentar e mercados agrícolas por meio do uso de Observações da Terra (EO). Reconhecendo a necessidade de avaliações oportunas da produção agrícola, o AMIS solicitou que o GEOGLAM desenvolvesse tais avaliações, que incluem informações de entidades nacionais de monitoramento, bem como de organizações internacionais com mandato nesta área.
Essas avaliações visam melhorar a transparência, a pontualidade e o fluxo de informações entre as comunidades econômicas e de sensoriamento remoto. Trabalhando em estreita colaboração com o Secretariado do AMIS, o GEOGLAM desenvolveu o "Crop Monitor" para o AMIS, que fornece uma avaliação internacional e transparente, baseada em múltiplas fontes e consenso, sobre as condições de crescimento das culturas, o status e as condições agroclimáticas que provavelmente impactarão a produção global.
Condições e previsões para o trigo, o milho e a soja
As condições para a soja e o milho são majoritariamente positivas, especialmente no sul do país (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina) onde a soja já está sendo colhida. O milho, por outro lado, está em fase de semeadura em várias regiões. Esses cultivos beneficiam-se de um clima geralmente favorável, embora alguns estados tenham enfrentado períodos de chuvas acima ou abaixo da média, influenciando os rendimentos.
O trigo apresenta um panorama mais misto, com áreas enfrentando excesso de umidade e outras com falta de chuva, o que pode complicar as fases de crescimento e colheita. Este grão, fundamental para a segurança alimentar brasileira, está sob observação intensa devido às suas condições variadas nas principais regiões produtoras.
Com a transição do fenômeno El Niño para uma possível La Niña, espera-se que as condições climáticas se alterem significativamente nos próximos meses. La Niña geralmente traz mais chuvas para algumas regiões e seca para outras. Essas mudanças são cruciais para planejar as atividades agrícolas, especialmente a irrigação e o tratamento de culturas.
Para os agricultores, o acompanhamento constante das previsões meteorológicas é essencial. Saber quando e onde a chuva será mais intensa ou mais escassa pode fazer a diferença entre uma safra bem-sucedida e perdas significativas.
Além disso, uma atenção especial deve ser dada ao combate de pragas e doenças, que tendem a aumentar com as mudanças climáticas e umidade variável. Os dados do relatório AMIS são fundamentais para os agricultores e gestores do setor agrícola, que dependem dessas informações para tomar decisões informadas. Com a ajuda de análises como essa, o Brasil pode não só prever, mas também mitigar os efeitos das mudanças climáticas sobre suas culturas principais, garantindo a estabilidade econômica e a segurança alimentar.