Telescópio que busca exoplanetas encontrou 8 Super-Terras e um pode ter bioassinatura
Super-Terras são exoplanetas que são mais massivos e maiores do que o nosso planeta mas são menores do que planetas gigantes como Júpiter e Saturno. A pergunta que fica é: será que uma Super-Terra pode ser a tão esperada Terra 2.0?
Uma das maiores buscas da Astronomia é pela Terra 2.0. A Terra 2.0 seria um exoplaneta com características muito semelhantes do nosso desde a composição, atmosfera e até o tamanho. Porém planetas menores são mais complicadores de serem encontrados que os maiores.
Esse é um dos motivos que os exoplanetas encontrados geralmente são gigantes gasosos como Júpiter e Saturno. Exoplanetas do tamanho da Terra, ou até menores como Marte, são encontrados em uma frequência menor justamente pelas técnicas serem melhores para objetos maiores.
O telescópio espacial usado para buscar exoplanetas, chamado TESS, encontrou 8 Super-Terras. O interessante que seis são “planetas chaves” que pode explicar a falta de planetas do tamanho entre Terra e Netuno.
Exoplanetas
Planetas que não são do Sistema Solar são considerados exoplanetas. Eles podem ser encontrados em torno de estrelas ou até mesmo sozinhos. Recentemente, um estudo sugeriu até o termo blaneta de exoplanetas em torno de buracos negros.
O grande interesse de cientistas é a possibilidade de encontrar um exoplaneta que seja semelhante à Terra. Isso poderia indicar um ambiente que seria propício a vida. Por isso, buscar o que é chamado de Terra 2.0 é, atualmente, o maior objetivo da Astronomia.
A grande pergunta da Astronomia
A cada final de década, astrônomos do mundo inteiro se juntam para decidirem qual grande pergunta da próxima década. Entre 2019 e 2021, diversos artigos foram publicados com essa intenção chamados de Astro2020.
O consenso dos astrônomos era que o foco dessa década seria em exoplanetas e na busca pela Terra 2.0. O próprio James Webb Space Telescope foi lançado com esse objetivo, além do estudo do Universo jovem. Em 2019, o prêmio Nobel de Física foi para cientistas que encontraram exoplaneta pela primeira vez.
Como encontrar exoplanetas?
Planetas não emitem a própria luz da forma como estrelas emitem. Encontrá-los é uma missão complicada. A forma mais comum é a chamada através de eventos transientes dos exoplanetas.
Calculando o tempo que a luminosidade da estrela diminui e o período com que isso acontece, é possível encontrar exoplanetas. A desvantagem é que outros corpos podem causar o mesmo efeito como outras estrelas ou até a própria estrelar varia o brilho.
TESS
O TESS é um telescópio espacial que foi lançado como sucessor do Kepler. A ideia do TESS é estudar esses eventos transientes e ser capaz de identificar exoplanetas em estrelas vizinhas do Sol, ou seja, estrelas que estejam em uma região próxima.
O TESS já encontrou 400 exoplanetas que foram confirmados e mais de 6000 esperam confirmação. A confirmação vem através de mais observações ou métodos estatísticos que podem incluir até mesmo o uso de machine learning.
Por que não encontramos planetas “médios”?
No estudo de exoplanetas, há um problema relacionado à população deles. Por ser através de transientes, planetas maiores como Júpiter e Saturno são encontrados mais facilmente. Apesar disso, planetas como a Terra e até menores também já foram encontrados.
A pergunta que fica é: por que esses planetas não são encontrados? E se eles não são formados com a mesma frequência, por que? Por isso exoplanetas entre essas massas são chamados de “planetas chaves”.
6 planetas são chaves
O TESS identificou oito Super-Terras que são exoplanetas que possuem mais do que a massa da Terra até a massa de Netuno. Seis desses objetos caem no intervalo considerado como planetas chaves e podem nos ajudar a explicar a falta deles nas observações.
Uma explicação é que planetas chaves podem perder a atmosfera por algum processo e os 6 planetas chaves encontrados pelo TESS pode nos ajudar a responder isso. Simulações dos planetas foram feitas e um deles mostrou algo inédito.
O planeta com metano
Para entender a atmosfera desses planetas e a composição deles, os pesquisadores que lideraram o trabalho fizeram simulações. Uma dessas simulações mostrou que um deles pode apresentar uma quantidade de gás metano que é uma bioassinatura.
Ainda é cedo para confirmar se de fato há a presença de metano em um deles. O grupo argumenta que o telescópio James Webb seria imprescindível para confirmar a presença do gás ou não na atmosfera do exoplaneta.