Telescópios da NASA descobrem novo buraco negro, o mais distante da Terra
Novo buraco negro descoberto por astrônomos da NASA já vem quebrando recordes: é o mais distante já visto em raios-X e está em uma fase inicial de crescimento nunca antes observada.
Os astrônomos descobriram o buraco negro mais distante já visto em raios-X, usando telescópios da NASA. Ele está em uma fase inicial de crescimento nunca antes observada, onde a sua massa é muito semelhante à da sua galáxia hospedeira.
Essa descoberta pode ajudar a explicar como se formaram alguns dos primeiros buracos negros supermassivos do Universo.
Buraco negro “recém nascido”
A descoberta foi possível graças a dados do Observatório de Raios-X Chandra e do Telescópio Espacial James Webb, ambos da NASA. Um outro detalhe que permitiu a captura foi uma lupa cósmica que aumentou o nível de luz infravermelha recebida pelo telescópio - esse efeito de ampliação é conhecido como lente gravitacional.
Com essas informações, a equipe de cientistas conseguiu encontrar a assinatura reveladora de um buraco negro em crescimento, a apenas 470 milhões de anos após o Big Bang, considerado jovem.
Está localizado na galáxia UHZ1, que fica a cerca de 13,2 bilhões de anos-luz da Terra, quando o Universo tinha apenas 3% da sua idade atual. Esse buraco negro é o mais distante já observado, e confirma uma teoria científica de que essas regiões são formadas no espaço após o colapso de uma grande nuvem de gás, conforme explicaremos abaixo.
A descoberta foi registrada em dois artigos: um deles ainda será publicado na revista Nature Astronomy, mas já está disponível em pré-impressão no site Arxiv, e o outro foi publicado na revista Astrophysical Journal Letters.
Está em formação e é supermassivo
O buraco negro está em uma fase inicial de crescimento nunca vista até então, onde sua massa é semelhante à de sua galáxia hospedeira, e os astrônomos encontraram fortes evidências de que ele já nasceu massivo.
Eles estimam que a sua massa seja de 10 a 100 milhões de sóis, com base no brilho e na energia dos raios-X. Esta massa é semelhante à de todas as estrelas da galáxia onde ele está localizado, o que contrasta fortemente com os buracos negros nos centros das galáxias do universo próximo, que geralmente contêm apenas cerca de um décimo da massa das estrelas da sua galáxia hospedeira.
Para se ter ideia, a título de comparação com a Terra, o Sol da Via Láctea tem 333 mil vezes a massa terrestre — e esse buraco negro consegue ser pelo menos 10 mil vezes mais massivo do que isso.
Importância da descoberta
A descoberta é importante porque, além de permitir aos astrônomos estudar como nascem buracos negros, também comprova uma teoria sobre a formação desses objetos no espaço, desenvolvida em 2017 pela pesquisadora Priyamvada Natarajan, uma das coautoras dos artigos.
Devido à enorme massa do buraco negro, a sua idade jovem, a quantidade de raios-X que ele produz e o brilho da galáxia detectada pelo Webb, todos os cientistas concordam que se trata de um “buraco negro de tamanho extraordinário” que se formou a partir do colapso de uma enorme nuvem de gás, estando de acordo com a previsão teórica de Natarajan.
Natarajan afirmou em um comunicado: “Acreditamos que essa seja a primeira detecção de um buraco negro de grande dimensão, e a melhor evidência já obtida de que alguns buracos negros são formados a partir de nuvens de gás massivas”.