Temporada de furacões poderá ser pior do que o previsto
Novas previsões lançadas pela NOAA e CSU indicam que a temporada de furacões desse ano poderá ser uma das mais ativas da história! As condições oceânicas e atmosféricas observadas no Atlântico Norte nas últimas semanas levaram a um aumento dos números previstos.
Dois dos principais centros de pesquisa norte-americanos atualizaram suas previsões para temporada de furacões do Atlântico Norte desse ano. As novas previsões da Colorado State University (CSU) e do Centro de Previsão Climática (CPC) da NOAA concordam: a temporada de furacões de 2020 será extremamente ativa!
A CSU foi a primeira a anunciar sua previsão atualizada na quarta-feira (05), alertando sobre um aumento no número de tempestades previstas em relação as previsões anteriores. A CSU agora prevê um total de 24 tempestades nomeadas até o final da temporada, que ocorre no dia 30 de novembro, quatro tempestades a mais em relação a atualização anterior, feita em julho, e oito a mais que a primeira previsão lançada no início de abril.
Das 24 tempestades previstas, espera-se que 12 delas se tornem furacões e 5 desses furacões atinjam categoria 3 ou superior, com ventos acima de 170 km/h. Essa nova previsão é praticamente o dobro da média esperada, de 12 tempestades nomeadas, 6 furacões e 3 furacões de categoria 3 ou superior.
Essa previsão já inclui as 9 tempestades nomeadas registradas até agora, incluindo os dois furacões, Hanna e Isaias. Ou seja, são esperadas mais 15 tempestades após o furacão Isaias, onde 10 delas poderão se tornar furacões.
A NOAA também divulgou sua previsão atualizada no dia seguinte, quinta-feira (06). Muito parecida com a lançada pela CSU, a nova perspectiva da NOAA sugere a formação de 25 tempestades nomeadas, onde entre 7 a 11 delas poderão se tornar furacões e 3 a 6 poderão ser furacões de categoria intensa.
Gerry Bell, previsor de furacões do CPC, disse que nunca haviam previsto esse número de 25 tempestades. O máximo que já previram anteriormente foi um número de 21 tempestades no ano de 2005.
Se essas previsões se concretizarem, a temporada de 2020 será a segunda com maior número de tempestades, atrás apenas da temporada de 2005, que registrou 28 tempestades nomeadas, 15 furacões e 7 furacões de categorias intensas, com 4 deles atingindo a categoria máxima de intensidade (categoria 5).
Além disso, essa seria a segunda vez na história que toda a lista de nomes de tempestades e furacões seria consumida antes do final da temporada, sendo necessário o uso de nomes vindos do alfabeto grego para as tempestades restantes. Isso só aconteceu uma vez, na temporada de 2005.
Em um ano normal, geralmente apenas duas tempestades se formam e são nomeadas antes de agosto, normalmente 95% das tempestades ocorrem entre meados de agosto e o final de outubro, período em que as temperaturas do oceano atingem seu máximo anual e as condições atmosféricas na costa da África favorecem a formação das tempestades. Porém, a temporada desse ano já registrou 9 tempestades antes de agosto, sendo a primeira vez que isso ocorre.
De acordo com os meteorologistas, os principais fatores responsáveis pelo aumento no número das previsões são: as temperaturas quentes do Oceano Atlântico e o baixo cisalhamento do vento observados. Phil Klotzbach, meteorologista da CSU, observou que o cisalhamento do vento em julho foi o segundo mais baixo em 41 anos, atrás apenas do observado em 2005.
Klotzbach também observou que a temperatura da superfície do mar entre as Pequenas Antilhas e a costa oeste da África no início de agosto foi a quarta mais quente desde o início dos anos 80, superada apenas por três anos: 2005, 2010 e 2017.