5 vezes em que o rumo da história foi alterado devido a eventos meteorológicos

Durante a história da humanidade, diversas guerras e batalhas foram travadas sob as mais diversas estratégias. Porém, em algumas delas, os resultados dependeram de fatores externos, como as condições meteorológicas!

Guerras e meteorologia
A meteorologia foi decisiva por várias vezes na história durante guerras e batalhas.

Desde o início dos tempos, os humanos travaram diversas batalhas que moldaram a história da humanidade. Todas essas batalhas exigiram um alto grau de estratégia e planejamento e, quase sempre, o lado que traçou a melhor estratégia saiu como vencedor. Porém, em alguns casos os resultados foram alterados por fatores externos, um grande exemplo, as condições meteorológicas!

Atualmente é difícil imaginar algum planejamento estratégico sem levar em consideração a previsão meteorológica. Mas a previsão como temos hoje é algo recente, e antes não haviam ferramentas robustas para prever o tempo. Dessa forma, alguns eventos meteorológicos acabaram entrando de surpresa em algumas batalhas, mudando o rumo da história! A seguir vamos conhecer algumas delas.

Duas invasões na Rússia combatidas pelo inverno

Por duas vezes na história, dois grandes líderes tentaram invadir o território russo e acabaram fracassando. Seria o eficaz contra-ataque russo? Não! Foi o clima russo o principal defensor da nação.

Invasão da Rússia por Napoleão

Em 1812, Napoleão, almejando expandir ainda mais seu território, decidiu invadir a Rússia. Apesar de seus conselheiros serem contra e avisarem que batalhar no inverno russo seria perigoso, Napoleão garantiu que a invasão acabaria antes do inverno começar. Porém, isso não aconteceu.

Ilustração de Napoleão e seu exército saindo em retirada da Rússia durante o inverno rigoroso. Imagem: Reprodução de Adolph Northen.

A invasão foi mais lenta do que o esperado e o frio e as doenças fizeram Napoleão perder muitos soldados, já que não estavam preparados para o rigoroso inverno russo e não tinham muito alimento. Ao chegar na capital, os russos não se entregaram, já que sabiam que Napoleão não iria aguentar por muito mais tempo. E foi exatamente isso que aconteceu, Napoleão teve que desistir e voltar!

Nazistas contra a União Soviética

Mais tarde foi Adolf Hitler que tentou invadir a União Soviética em 1941. Ele tinha o objetivo de acabar rapidamente com a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial e, apesar de obter êxito no começo da invasão, ao longo do tempo o inverno foi chegando, as temperaturas foram caindo e a invasão foi ficando mais lenta.

Em outubro de 1941, fortes chuvas deixaram as estradas cheias de lama, o que impediu os tanques alemães de seguirem viagem. Durante duas semanas, as tropas tiveram que esperar que as estradas congelassem novamente e esse atraso teve graves consequências: as tropas chegaram próximas a Moscou durante uma forte nevasca. As temperaturas eram de -34ºC e sob essa onda de frio os soviéticos atacaram, pegando as tropas alemãs fragilizadas e acabando com os sonhos de Hitler.

Mudança de alvo: Nagasaki em vez de Kokura

Três dias após os Estados Unidos lançaram a bomba atômica em Hiroshima, no Japão, o segundo alvo não era a conhecida Nagasaki e sim a cidade de Kokura, distrito da cidade japonesa de Kitakyushu, situada no norte da ilha de Kyushu.

A segunda bomba atômica lançada pelos Estados Unidos no Japão foi na cidade de Nagasaki, devido às condições do tempo, o que provocou uma destruição imensa na cidade.

A missão especial 16, responsável pelo ataque aéreo com a segunda bomba atômica, tinha como objetivo lançar a bomba em Kokura. Porém, a orientação era que o piloto só poderia lançar caso pudesse confirmar visualmente o local, sem a utilização de um radar. Como o tempo estava nublado em Kokura, mandaram o piloto para a próxima cidade: Nagasaki. As condições meteorológicas também não eram as ideais, mas às 11h01 do dia 9 de agosto de 1945 o céu se abriu por um momento e a bomba atômica foi lançada, encerrando de forma terrível a Segunda Guerra Mundial.

Tornado salva Washington

Durante a Guerra de 1812, uma guerra entre o Reino Unido e suas colônias, os britânicos invadiram a cidade de Washington e, assim que tiveram êxito, decidiram atear fogo nos prédios públicos da cidade, como a Casa Branca e o Capitólio. Uma ação não estratégica dita como desnecessária por muitos americanos e britânicos.

Nada podia ser feito para apagar as chamas, mas as condições meteorológicas mudaram esse cenário. Uma forte tempestade passou pela cidade, inclusive acompanhada por um tornado que passou pelo centro. As chuvas apagaram as chamas e, após 26 horas, os britânicos se retiraram da cidade. Este evento foi denominado de “Tempestade que salvou Washington”.

Meteorologista que mudou a data do “Dia D”

O mundialmente conhecido “Dia-D”, quando as tropas dos EUA desembarcaram na Normandia no dia 6 de junho de 1944, só ocorreu com sucesso devido ao trabalho da meteorologista Maureen Sweeney, que fez uma previsão meteorológica precisa de uma tempestade que se aproximava do Canal da Mancha.

No Dia D as tropas aliadas desembarcaram com sucesso na Normandia graças a uma boa previsão do tempo feita por uma meteorologista. Imagem: Universal History Archive/Universal Images Group.

A programação original era de que o Dia D fosse no dia 5, mas a previsão de Maureen indicava que esse dia seria chuvoso e, para o sucesso da missão, ter um céu aberto era fundamental. Dessa forma, decidiram adiar em 1 dia o Dia D e a invasão americana foi realizada com sucesso.