A importância de ter um Mapa Geológico Unificado da Lua

Acaba de ser lançado o "Mapa Geológico Unificado da Lua", que apresenta o relevo e características da superfície lunar com um detalhamento incrível. Esse mapa é o resultado de trabalhos de décadas e pode ser usado em missões exploratórias, pesquisas, educação, e para matar a curiosidade de todos.

Mapa Geológico da Lua
Projeção ortográfica do Mapa Geológico Unificado da Lua. O setor mais próximo à Terra está na esquerda e o oposto na direita da figura. Créditos: NASA/GSFC/USGS/Divulgação

A Lua, nosso satélite natural, sempre causou fascínio. Até a olho nu conseguimos perceber a complexidade do relevo lunar, com variações de luz e sombras que revelam crateras e outras feições que atiçam a curiosidade e imaginação do homem. A novidade é que agora temos como matar essa curiosidade sem sair de casa! Acaba de ser lançado o primeiro mapa geológico completo da Lua, que apresenta o relevo e características do solo lunar, snedo de extrema importância para a comunidade científica e futuras missões exploratórias.

Pela primeira vez, toda superfície lunar foi mapeada e classificada por cientistas do Centro de Ciência Astrogeológica do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) com a colaboração da Agência Nacional de Ciências Espaciais (NASA) e o Instituto Planetário Lunar (LPI) estadunidenses. O "Mapa Geológico Unificado da Lua" está disponível na versão digital e mostra a geologia da Lua com um detalhamento surpreendente, onde cada 1 cm do mapa equivale a 5 km da superfície lunar.

O mapa foi criado com a combinação de seis mapas regionais da Lua elaborados durante o Programa Apollo e recentes missões de satélites à Lua. A unificação de dados antigos e novos só foi possível através de novas classificações de rochas e descrições do solo. "Esse mapa é o resultado final um projeto que durou décadas", fala Corey Fortezzo, geólogo da USGS e principal autor do mapa.

A expectativa é que o "Mapa Geológico Unificado da Lua" seja um registro definitivo e valioso para missões espaciais futuras, comunidade científica, educadores e público no geral. Segundo Fortezzo, o mapa fornece informações vitais para novos estudos científicos, já que relaciona a exploração de locais específicos na lua ao resto da superfície lunar".

Relação geológica entre Lua e Terra

A Lua não tem placas tectônicas, o que significa que sua crosta não passou por processos de reciclagem, como acontece na Terra. Ao longo de seus 4,5 bilhões de anos de existência, as alterações na superfície lunar são exclusivamente feitas por interações externas, como impacto de meteoros e outros corpos celestes ocorridos há bilhões de anos.

Dessa forma, do ponto de vista geológico, quando olhamos para Lua estamos olhando para um retrato mais antigo do nosso planeta, entre 3 a 4 bilhões de anos atrás. Por isso, este mapa é importante não só por ampliar o conhecimento sobre a formação da Lua e suas transformações, mas também pelo potencial de contribuir com o entendimento dos primórdios da história da Terra.