Abelhas medicinais? Benefícios e riscos da ingestão de própolis
Mudanças bruscas de temperatura, poluição, circulação viral são coisas comuns nessa época do ano. Por esse motivo, muitas pessoas recorrem a produtos naturais para combater, por exemplo, os sintomas do resfriado. Mas será que isso pode trazer riscos à saúde?
“Minha garganta dói, vou tomar um pouco de própolis”. Quantas vezes já ouvimos ou dissemos esta frase antes do aparecimento de sintomas de resfriado ou outras dificuldades de saúde, não é mesmo?
Aliviadores naturais, como a própolis, podem ser facilmente adquiridos nas lojas. Está disponível em cremes, pomadas, loções, cápsulas, comprimidos, sprays, etc. Um produto muito requisitado, principalmente nessa época de frio e importante circulação viral.
É uma substância produzida pelas abelhas quando elas fazem o mel, e é composta então por resinas de árvores, cera, óleos essenciais e pólen.
“A própolis parece ajudar a combater bactérias, vírus e fungos. Também pode ter efeitos anti-inflamatórios e ajudar a curar a pele. A própolis raramente está disponível em sua forma pura, pois geralmente é obtida das colmeias", analisa a Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos (EUA).
Quais são seus usos mais frequentes? Os seres humanos usam própolis para combater doenças como diabetes, herpes, inchaço, feridas, queimaduras, úlceras e muitas outras condições. A questão é que ainda não há suporte científico para apoiar sua eficácia contra essas condições.
E o resfriado?
A própolis tem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antivirais e imunomoduladoras que ajudariam a tratar certos problemas respiratórios, concluiu uma pesquisa publicada pela Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine.
Segundo informações, essa substância é um bom complemento para fortalecer o sistema imunológico e melhorar a resposta do organismo contra patógenos que causam infecção.
“A própolis é segura quando usada corretamente. Embora possa causar reações indesejadas, especialmente em pessoas alérgicas a produtos apícolas. Pastilhas contendo própolis podem causar irritação e úlceras na boca", adverte a Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA.
Melhor prevenir
Como em muitos "remédios caseiros", não há doses recomendadas para certos tipos de doenças, portanto, o apelo é sempre para o autocuidado. De fato, até o momento, não existe uma "dose recomendada" para o consumo de própolis, pois ainda são necessárias mais pesquisas.
No entanto, este produto não é considerado de alto risco e não há relatos de efeitos adversos graves, exceto para quem é alérgico a mel ou abelhas.
Dada a incerteza, é conveniente seguir algumas recomendações dependendo de quem o usa.
Gravidez:
Não há informações suficientes para saber se a própolis é segura para uso durante a gravidez, por isso é melhor evitá-la nesta fase.
Lactantes:
A própolis é possivelmente segura quando tomada por via oral durante a amamentação. Doses de 300 miligramas por dia têm sido usadas com segurança por até 10 meses.
Condições de sangramento:
Um determinado produto químico na própolis pode retardar a coagulação do sangue. Tomar própolis pode aumentar o risco de sangramento em pessoas com distúrbios hemorrágicos.
Alergias:
Alguns produtos de própolis podem estar contaminados com subprodutos de abelhas. Use própolis com cuidado se você for alérgico a subprodutos das abelhas.
Cirurgia:
Um determinado produto químico na própolis pode retardar a coagulação do sangue. Tomar própolis pode aumentar o risco de sangramento durante e após a cirurgia. Pare de tomar própolis 2 semanas antes de um procedimento cirúrgico.
Por mais naturais que sejam e, em geral, benéficos para o nosso bem-estar, é sempre conveniente consultar a opinião de especialistas ao usar esses produtos.