Alerta para a agricultura familiar: como proteger a citricultura do Huanglongbing?

Uma pesquisa recente confirma que o Huanglongbing (HLB), doença sem cura que ameaça a citricultura, continua se espalhando em Santa Catarina. Pequenos produtores estão em risco, e especialistas alertam para a necessidade de ações urgentes para conter sua disseminação.

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A expansão da doença na região oeste preocupa agricultores e pesquisadores, que recomendam medidas rigorosas de monitoramento e controle para proteger a citricultura familiar.

A citricultura brasileira enfrenta uma ameaça persistente e silenciosa. Uma pesquisa recente conduzida por cientistas brasileiros reforça a preocupação com a disseminação do Huanglongbing (HLB), também conhecido como greening, em Santa Catarina. A doença, que não tem cura, já havia sido identificada no estado em 2022 e continua avançando, colocando em risco a produção de laranjas e outras frutas cítricas, especialmente para pequenos produtores.

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Inseto vetor do Huanglongbing (HLB). Sua presença em pomares infectados acelera a disseminação da bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus

O estudo mostra que a bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus, responsável pela doença, continua se espalhando na região, sendo disseminada pelo psílideo asiático dos citros (Diaphorina citri), um pequeno inseto vetor. Isso acende um alerta para a necessidade de intensificar medidas de monitoramento e controle, a fim de evitar perdas ainda maiores para os agricultores familiares.

HLB: a doença invisível que afeta a agricultura familiar

O Huanglongbing é considerado a doença mais destrutiva dos citros em todo o mundo. Sua principal característica é a longa fase silenciosa: a árvore pode estar infectada por meses ou até anos antes de apresentar sintomas visíveis. Quando esses sinais aparecem, como folhas amareladas e frutos deformados, a planta já está gravemente comprometida e não há tratamento eficaz.

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A doença pode permanecer latente por anos antes de se manifestar, dificultando o controle e tornando essencial a detecção precoce.

A doença foi detectada no Brasil pela primeira vez em 2004, no estado de São Paulo, e desde então tem se espalhado rapidamente.

Santa Catarina permaneceu livre da doença por muitos anos, mas em 2022 o HLB foi confirmado no estado.

A pesquisa recente mostra que, além das grandes plantações, a infecção também está atingindo pequenos agricultores familiares, tornando o controle ainda mais desafiador. A presença contínua do psílideo em novas áreas indica que a disseminação pode seguir avançando.

A expansão do HLB em Santa Catarina: um risco para pequenos produtores

A pesquisa confirmou que o HLB continua se espalhando em Santa Catarina. A infecção já foi detectada em seis municípios na região oeste do estado, próximos à fronteira com Paraná e Argentina. Essa localização sugere que o HLB pode ter se expandido por meio da migração de insetos infectados ou pelo transporte de mudas contaminadas.

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A doença já foi confirmada em seis municípios na região oeste, sugerindo que sua disseminação ocorreu por migração de insetos vetores ou pelo transporte de mudas contaminadas.

Embora fatores como o clima e a geografia da região possam ter ajudado a retardar o avanço da doença, isso não significa que a ameaça esteja controlada. O estudo destaca que, sem medidas rigorosas de controle, como a remoção imediata de árvores doentes e o monitoramento constante dos insetos transmissores, o HLB pode se espalhar ainda mais. Pequenos produtores da região já enfrentam dificuldades para combater a doença devido ao alto custo das estratégias de controle.

O que a agricultura familiar pode fazer para se proteger?

Atualmente, a única forma de conter o HLB é através da prevenção e do manejo rigoroso das plantações. A pesquisa enfatiza três medidas principais: erradicar árvores infectadas o mais rápido possível, garantir o uso de mudas certificadas livres da bactéria e controlar a população do inseto transmissor com métodos biológicos e químicos.

No entanto, especialistas alertam que essas ações precisam ser coletivas. Como o inseto vetor pode voar grandes distâncias, de nada adianta um agricultor adotar medidas de controle se seus vizinhos não fizerem o mesmo.

Por isso, a conscientização da comunidade e o apoio das autoridades sanitárias são essenciais para evitar que a citricultura brasileira enfrente um colapso.

O avanço do HLB em Santa Catarina serve como um alerta para todo o país. Se nada for feito, pequenos produtores podem ser os mais prejudicados, comprometendo a renda das famílias e a produção de cítricos no Brasil. Essa nova pesquisa reforça a necessidade de ações rápidas e coordenadas para proteger a agricultura familiar e conter a doença.

Referência da notícia

Collaborative efforts for Huanglongbing detection and citriculture protection in Santa Catarina, Brazil: perspectives for a family farming region. 30 de Janeiro, 2025. Canale, M.C., Andreis, S., Brugnara, E.C. et al.