Alerta vermelho: aviso soa para estrela prestes a explodir
Astrônomos descobriram que uma estrela prestes a explodir é capaz de soar um aviso meses antes da explosão. As implicações podem ser cruciais para a nossa sobrevivência no futuro.
Explosões estelares são uma das maiores ameaças conhecidas no universo. Quando uma estrela massiva, com pelo menos 10 vezes a massa do sol, está chegando ao fim de sua vida, ela produz uma das explosões mais intensas do universo.
Também chamadas de supernovas, essas explosões já foram observadas em galáxias muito distantes, longe o suficiente para não serem uma ameaça para nós. Ainda assim, a explosão é tão intensa que atinge um brilho milhões de vezes maior que o da estrela, por vezes ofuscando o brilho da sua galáxia inteira.
Para piorar a situação, cientistas descobriram algo assustador: Esporos fósseis datados do período devoniano foram fortemente danificados por luz ultravioleta (UV). Essa descoberta sugere que, a 370 milhões de anos atrás, algum evento cataclísmico causou uma ruptura na camada de ozônio da Terra, que nos protege dos raios UV.
O que isso tem a ver com uma explosão estelar? Hoje em dia, acredita-se que uma das causas mais prováveis para esta ruptura é justamente uma supernova, que explodiu a cerca de 65 anos-luz da Terra, causando uma extinção em massa no fim do período devoniano que eliminou 70% das espécies invertebradas do planeta.
Isso significa que, caso uma estrela próxima de nós exploda em uma supernova, as consequências para a vida no planeta podem ser catastróficas. Mas, felizmente, cientistas descobriram que uma estrela prestes a explodir soa um aviso prévio que pode ser a diferença entre a vida e a morte para nossa espécie.
Como uma estrela prestes a explodir soa um aviso para nós
Astrônomos da Universidade Liverpool John Moores (Estados Unidos) e da Universidade de Montpellier (França) descobriram que estrelas massivas prestes a morrer, também chamadas de supergigantes vermelhas, se tornam cerca de cem vezes mais fracas em luz visível nos últimos meses antes da explosão.
Esse escurecimento repentino e extremamente rápido é causado por um acúmulo repentino de material ao redor da estrela, que obscurece sua luz. Até então, não se sabia exatamente quanto tempo a estrela levaria para acumular esse material. Mas agora, pela primeira vez, os pesquisadores foram capazes de calcular e simular o comportamento das supergigantes vermelhas nestes casulos pré-explosão.
Além disso, observações de satélite de algumas supernovas foram analisadas pelos astrônomos e sugerem que este casulo circunstelar teórico é formado em menos de um ano. Isso significa que, no dia anterior à explosão, observatórios provavelmente não conseguiriam nem ver a estrela de tão escurecida.
A descoberta resultou num sistema de alerta antecipado que, além de uma ferramenta de proteção para nosso planeta, também ajudará os astrônomos a estudar e entender ainda mais como supernovas funcionam e como podemos nos proteger deste fenômeno tão assustador.
Isso acontece porque, até agora, só conseguimos observar supernovas horas depois de já terem acontecido. Com este sistema de alerta antecipado, poderemos nos preparar para observá-las em tempo real, apontando os melhores telescópios do mundo para as estrelas vendo-as sendo literalmente despedaçadas diante de nossos olhos.
Ainda há muito a se estudar a compreender sobre as supernovas, mas o futuro é promissor. A astronomia, de fato, nunca deixa de nos surpreender.