Animação mostra 1,8 bilhão de anos de atividades das placas tectônicas da Terra
Pesquisadores criaram uma animação que mostra 1,8 bilhão de anos da história tectônica da Terra em apenas 1 minuto. Veja aqui o vídeo e mais informações sobre a atividade das placas.
Geólogos da Austrália e da China combinaram dados de modelos da evolução tectônica da Terra com dados geofísicos e criaram “uma nova reconstrução tectônica de placas completas de 1,8 bilhões de anos até o presente”, conforme explica o estudo divulgado na revista Geoscience Frontiers.
O trabalho mapeou a movimentação das placas que compõem a crosta terrestre ao longo de 40% da sua história – e resumiu tudo em um vídeo. Até hoje, nenhum trabalho havia sido tão abrangente.
O vídeo de 1 minuto foi publicado no canal do Youtube pelo Grupo de Tectônica e Sistemas Terrestres (TES) da Universidade de Adelaide (Austrália). Veja abaixo.
A “dança” das placas tectônicas ao longo dos anos
A animação começa na situação que vivemos hoje, com os atuais continentes alinhados em seus respectivos lugares, e termina no período Estateriano do éon Proterozóico, quando toda a vida na Terra ainda consistia em microrganismos e a concentração de oxigênio na atmosfera era algo entre 10% e 20% do que é hoje.
No vídeo é mostrada a saga geológica de três supercontinentes: Nuna (ou Columbia, em uma possível referência à atual província Colúmbia Britânica no Canadá), Rodínia e Gondwana/Pangeia.
Há pouco mais de 300 milhões de anos, que na animação são apenas alguns segundos, surge o mais conhecido: o Pangeia, que foi lar dos primeiros dinossauros e resultou da colisão e fusão de continentes menores, principalmente Laurásia ao norte e Gondwana ao sul.
Voltando mais para trás no tempo, observa-se a criação de supercontinentes mais antigos, como o Rodínia há cerca de 1,1 bilhão de anos, que juntou os blocos da América do Norte, América do Sul, África, Antártica, Austrália, Índia e partes da Eurásia.
Indo até 1,35 bilhão de anos, surge o supercontinente mais antigo: o Nuna, que se originou da colisão de crátons, grandes blocos da crosta terrestre primitiva, há cerca de 1,8 bilhão de anos.
As mudanças no mapa-múndi mostram as grandes alterações pelas quais a Terra passou ao longo de sua história. Por exemplo, conforme microorganismos pioneiros desenvolviam diferentes tipos de fotossíntese, a cor dos oceanos variava entre turquesa e roxo.
E por que é importante estudar as placas tectônicas?
Entender a atividade tectônica da Terra pode melhorar questões como a previsão de desastres naturais, a identificação/exploração de recursos minerais, compreensão dos padrões de correntes oceânicas e a própria evolução da vida no planeta.
Além disso, as placas provocam terremotos, alimentam vulcões, e empurram as rochas das profundezas da Terra para o alto das cadeias de montanhas. Assim, elementos que estavam no fundo do solo podem ser levados para a superfície, onde os seres vivos então fazem uso desses elementos.
Placas tectônicas estão em constante movimento
A atividade tectônica segue em movimento constante. Um exemplo atual disso é o Vale do Rift (ou Vale da Grande Fenda), uma ampla região geológica no leste da África, que se estende por aproximadamente 6 mil quilômetros, onde a crosta terrestre está se partindo em duas devido à atividade tectônica, abrindo uma fenda.
O Vale do Rift se estende desde a Jordânia, no sudoeste da Ásia, até o centro de Moçambique, mais ao sul da África; no continente africano, a fenda começa ao norte da Etiópia.
Referência da notícia:
Cao, X. et al. Earth’s tectonic and plate boundary evolution over 1.8 billion years. Geoscience Frontiers, v. 15, n. 6, 2024.