As mariposas são polinizadores mais eficientes do que as abelhas
Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Sussex, na Inglaterra, e publicado na revista PLOS One, sugere que as mariposas são polinizadores mais eficientes à noite do que os diurnos, como as abelhas.
As populações de insetos polinizadores selvagens estão diminuindo globalmente devido à modificação dos seus habitats, ao uso de pesticidas, aos efeitos das mudanças climáticas, à doenças, parasitas e predadores.
A Dra. Fiona Matthews, professora de Biologia Ambiental, e seus colegas demonstraram, em um novo estudo, que as mariposas têm uma alta eficiência de polinização, tendo assim um papel importante na saúde dos nossos ecossistemas.
O estudo
Os pesquisadores estudaram a contribuição tanto de insetos noturnos como não noturnos - como as mariposas - para a polinização da amoreira em 10 locais no sudeste da Inglaterra, ao longo de julho de 2021.
"As mariposas são um grupo altamente diversificado de invertebrados que são considerados como os principais contribuidores para a polinização noturna. Apesar das mariposas constituírem 88-91% de todos os Lepidoptera (ordem de insetos que inclui as borboletas e mariposas) descritos, estão muito pouco estudadas em comparação com as borboletas", afirmam os pesquisadores.
Matthews e os colegas utilizaram armadilhas fotográficas para monitorar a visita dos insetos às flores e o depósito de pólen de cada local durante um período de três dias e três noites.
As mariposas são polinizadores eficientes
A equipe da Universidade de Sussex descobriu que 83% das visitas de insetos às flores de amora foram feitas durante o dia. As mariposas fizeram menos visitas durante as noites mais curtas de verão - representando 15% das visitas - mas conseguiram polinizar as flores mais rapidamente.
"Agora que sabemos que as mariposas também são importantes polinizadores, precisamos tomar medidas para apoiá-las, incentivando algumas amoreiras e outras plantas com flores a crescer em nossos parques, jardins, beiras de estradas e cercas vivas", afirmou o Dr. Max Anderson, coautor do estudo.
É importante notar que o curto período usado no estudo e os locais utilizados podem limitar a representatividade dos resultados das populações mais amplas de amoreiras e insetos em outros locais.
Contudo, os pesquisadores reforçam que estes dados mostram que a planta amoreira, que é frequentemente cortada, é um recurso valioso para a prospecção de polinizadores, tanto de dia como de noite.