As mudanças climáticas estão afetando os esportes ao redor do mundo

Desde a realização de maratonas à noite até a alteração das datas de eventos anuais, as organizações esportivas estão se esforçando para enfrentar os impactos das mudanças climáticas.

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Calor extremo provocado pelas mudanças climáticas coloca em risco eventos esportivos ao redor do mundo. Foto: Folha de São Paulo.

As Olimpíadas de 2024 em Paris foram realizadas entre os dias 26 de julho e 11 de agosto, e reuniram atletas do mundo todo para competir contra os maiores do mundo, cerca de 11.216 atletas de 204 países.

Porém, os atletas também estão correndo contra outro adversário cada vez mais visível: as mudanças climáticas!

Atletas precisam se adaptar ao calor extremo

As temperaturas médias globais estão aumentando devido às mudanças climáticas, tornando os eventos extremos mais frequentes e intensos. Esse fator aumenta a probabilidade de que tais eventos se sobreponham e interrompam não só as Olimpíadas, mas também quaisquer eventos esportivos em todo o planeta.

Até 2050, as mudanças climáticas causarão 14,15 milhões de mortes e 12,5 trilhões de dólares em perdas econômicas, segundo o Fórum Econômico Mundial “Quantificando o Impacto das Mudanças Climáticas na Saúde Humana.”

Desde que Paris sediou as Olimpíadas pela última vez, há 100 anos, a cidade aqueceu 3,1°C durante o período do evento, entre julho e agosto. Com isso, os comitês organizadores tiveram que adotar iniciativas para se adaptar ao calor extremo e seus impactos na saúde dos atletas.

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O calor extremo pode impactar a saúde humana e o desempenho dos atletas.

Os jogos de Paris tentaram otimizar o desempenho dos atletas por meio de: áreas de sombreamento e resfriamento; flexibilidade nos horários para evitar picos de calor; e adaptar uniformes e equipamentos para reduzir o desconforto térmico.

Mudanças climáticas ameaçam as Olimpíadas de Inverno

Estações de esqui no mundo todo estão enfrentando os impactos das mudanças climáticas, pois à medida que as temperaturas continuam a subir, a neve está derretendo em um ritmo preocupante.

Um estudo recente prevê mudanças futuras na queda de neve em 7 regiões do mundo, e cerca de 13% das áreas de esqui devem perder completamente a cobertura natural de neve até 2100.

Vários resorts de esqui foram forçados a fechar, pois a neve derreteu e deu lugar a pistas verdes. Os Alpes, por exemplo, experimentaram temperaturas recordes durante os feriados de Natal e Ano Novo, chegando a 20,9°C no noroeste da Suíça.

A ausência de neve coloca em risco os esportes de inverno, o turismo e prejudica os reservatórios de água, já que o derretimento da neve é crucial para alimentar rios e córregos durante a primavera.

Diante disso, a temporada média de esqui nos EUA foi encurtada em 5 a 7 dias ao longo de meio século, custando à indústria uma média de 252 milhões de dólares por ano, além de aumentar o custo de produção de neve por meio de máquinas.

Provas de maratona estão sendo realizadas a noite por causa do calor extremo

Outro esporte afetado pelas condições climáticas extremas são as maratonas e corridas de longa distância, que estão sendo realizadas em horários que ofereçam mais conforto térmico por causa das temperaturas elevadas.

Os responsáveis pela organização do Campeonato Mundial de Atletismo de 2019 no Catar decidiram iniciar a maratona feminina às 23h59, horário local, devido ao calor durante o dia em Doha. No entanto, mesmo à noite, as temperaturas superaram os 32°C, com umidade acima de 70%. Como consequência, 28 dos 68 corredores não conseguiram completar a prova.

Não é apenas o calor intenso que está alterando a experiência da maratona. O programa de treinamento 18M da Maratona de Nova York foi suspenso em setembro de 2023 devido a uma inundação severa.