As nuvens de primavera retratadas por Monet, Pissarro e Van Gogh
As nuvens do tipo cumulus, como expoente máximo das nuvens de primavera, abundam nas pinturas. Pintores como Monet, Pissarro e Van Gogh as retrataram.
Em quadros de pinturas de paisagens, abundam os céus primaveris. Neles aparecem frequentemente clusters, em diferentes estados de desenvolvimento, dependendo das cenas representadas. Neles aparecem com frequência nuvens cúmulos, em diferentes estados de desenvolvimento, dependendo das cenas representadas. Às vezes, aparecem apenas algumas pequenas e de grande brancura, mas em outras ocasiões são maiores, começam a apresentar aspecto acinzentado em sua base e acabam cobrindo uma porção maior do céu.
O crescimento vertical e tamanho dessas nuvens são ditados pela convecção. Este mecanismo natural transporta calor e outras propriedades das massas de ar, como a quantidade de vapor d'água ou o movimento, verticalmente, de baixo para cima na troposfera. O aumento da insolação na primavera intensifica a referida convecção, produzindo correntes ascendentes de ar, que em muitos casos culminam na formação de cúmulos tão característicos da estação.
Elas aparecem, por exemplo, na famosa pintura 'As papoulas', do pintor impressionista francês Claude Monet (1840-1926). Entre 1871 e 1878 o artista se instalou em Argenteuil, uma pequena cidade francesa perto de Paris, e lá pintou ao ar livre lindas paisagens como esta. Historicamente, a chegada da primavera é a época do ano em que os pintores buscam a luz externa e fazem esboços e pinturas (no caso dos impressionistas) de paisagens.
Nas telas de Monet do referido período não faltam céus azuis pontilhados de nuvens brancas, o que dá harmonia à composição final das obras. Monet diluiu os contornos, pois o que buscava com suas pinceladas soltas era justamente captar os momentos únicos e incomparáveis que a atmosfera nos oferece (a evolução turva).
Temos outro bom exemplo na pintura 'Os Jardins das Tulherias em uma Manhã de Primavera', do pintor impressionista francês e amigo de Monet, Camille Pissarro (1830-1903). Pertence a uma série que o artista realizou a partir do seu apartamento na rua parisiense Rivoli, em 1899, e nela vemos o típico céu de primavera, salpicado de pequenas nuvens cúmulos (Cu humilis), também conhecidas como nuvens de “bom tempo”.
Nuvens de tempestade de primavera
A primavera também traz céus tempestuosos, os quais também não faltam nas galerias de arte. Um deles foi pintado por Vincent van Gogh (1853-1890) durante sua estada em Arles, no sul da França, apenas dois anos antes de morrer. A pintura é intitulada 'Paisagem sob um céu tempestuoso'.
O quadro foi pintado em maio de 1888 e toda a sua parte superior é dominada por voluptuosas nuvens cumuliformes, de aspecto ameaçador, enquanto na parte inferior se estende um campo florido.
O aspecto sombrio e dramático do céu, um motivo que Van Gogh repetiu em algumas de suas últimas obras –como por exemplo, 'Campo de trigo sob um céu tempestuoso' (1890)– reflete o caráter atormentado, a tristeza e a profunda solidão que marcaram os últimos anos deste gênio da pintura.
Encontramos nuvens muito mais escuras, que prenunciam a tempestade iminente, na pintura 'Nuvens de Primavera', do pintor e desenhista húngaro Adolf Fényes (1867-1945). Em primeiro plano, um fazendeiro conduz a toda velocidade uma carruagem puxada por dois cavalos, chicoteando-os para galopar, na tentativa de encontrar um lugar para se abrigar da tempestade. O quadro foi pintado em 1925 e pode ser visto no Museu Nacional del Prado, em Madrid.