Buraco na camada de ozônio pode não estar se recuperando, mas sim ficando maior!
Um novo estudo publicado recentemente na Nature Communications sugere que o buraco na camada de ozônio pode não estar se recuperando, como os cientistas acreditavam, e sim estar ficando maior!
Este ano, foi amplamente divulgada uma boa notícia: que a camada de ozônio está se recuperando e pode se restaurar completamente até 2040 em todo o mundo, à medida que as substâncias químicas que a destroem são eliminadas gradualmente da atmosfera, segundo uma avaliação apoiada pelas Nações Unidas (ONU). Sobre a Antártica, a projeção é de que a camada se restaure aos níveis de 1980 por volta de 2066.
Porém, um estudo recente publicado na revista Nature Communications, realizado por pesquisadores da Universidade de Otago, em Dunedin (Nova Zelândia), sugere que o buraco sobre a Antártica pode não estar se recuperando, mas sim ficando maior. Nas duas últimas décadas, ele tem se aprofundado significativamente em meados da primavera.
O buraco de ozônio na Antártica está aumentando
Segundo o estudo, as mudanças climáticas estão gerando novas fontes de destruição da camada de ozônio, e a concentração de clorofluorcarbonos (CFCs) tem aumentado recentemente. Isso tem contribuído para o aumento do buraco na região.
Apesar de em anos anteriores ter havido alguma diminuição nas emissões de CFCs, ainda não houve uma redução significativa na área coberta pelo buraco na Antártica, e tem havido menos ozônio no centro dele ao longo do tempo, afirmam os pesquisadores. Nos últimos três anos (de 2020 a 2022), houve um ressurgimento de grandes e duradouros buracos de ozônio sobre a Antártica.
“Seis dos últimos nove anos tiveram quantidades realmente baixas de ozônio e buracos extremamente grandes. O que pode estar acontecendo é que algo a mais está ocorrendo na atmosfera agora – possivelmente devido às mudanças climáticas – e isso está mascarando parte da recuperação”, disse Annika Seppala, coautora do estudo.
Indícios de recuperação, porém…
Os autores analisaram as alterações mensais e diárias do ozônio em diferentes altitudes e latitudes dentro do buraco de ozônio sobre a Antártica.
Os resultados deram indícios de recuperação no início da primavera; porém, em outubro, quando o buraco é frequentemente maior, o nível de ozônio no centro do buraco teve uma redução total significativa de 26% entre 2004 e 2022.
Os autores associaram essa diminuição a uma mudança dinâmica no ar mesosférico descendo para o centro do buraco, destacando a importância do monitoramento contínuo do estado da camada de ozônio.
Hannah Kessenich, autora principal do estudo, ainda afirmou que as “(...) descobertas revelam que os recentes e grandes buracos na camada de ozônio podem não ser causados apenas pelos CFCs”. E eles podem continuar aumentando nos próximos anos…