Carnívoro africano atrasa sua reprodução para se adaptar ao clima
Parentes de lobos, vivem perto de Botswana e estão evoluindo em sua reprodução. Conheça os cães selvagens africanos e sua escolha para se adaptar a mudanças bruscas de temperatura.
Compreender o grau em que os animais modificam seus fenologia acompanhar as condições ideais à medida que o clima muda é essencial! Sua importância está na capacidade que temos como seres humanos de prever respostas ecológicas ao aquecimento global.
Em teoria, espera-se que espécies que habitam baixas latitudes (entre 0° e 30° norte ou sul) apresentem respostas fenológicas mais fracas do que outras espécies. No entanto, pesquisas limitadas sobre os principais predadores impedem a compreensão dos cenários que confirmam essas previsões. Por esta razão, o investimento econômico em ciência é tão imperativo.
Somado a isso, a falta de estudos fenológicos sobre os principais predadores limita a compreensão de como os impactos das mudanças climáticas se espalham por ecossistemas mais complexos. Mas há sempre um vislumbre de esperança, conforme pesquisas científicas publicadas na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) usou um conjunto de dados de trinta anos sobre cães selvagens africanos ameaçados de extinção.
A equipe científica examinou as mudanças na fenologia reprodutiva. Ou seja, as variações de temperatura que ocorreram durante o nascimento e a escavação ao longo do tempo. As possíveis consequências dessas alterações na aptidão física também foram estudadas.
Os cães selvagens africanos habitam uma região de 2.600 quilômetros quadrados ao norte de Botsuana. Eles são parentes distantes dos lobos, se reproduzem anualmente e se reproduzem em matilhas. Os filhotes recém-nascidos vivem com a mãe por três meses e depois partem em sua jornada para caçar comida.
Por que atrasar a reprodução?
A pesquisa destaca que os cães selvagens africanos adiaram gradualmente sua reprodução. Os dados mostraram que essa relação era de aproximadamente uma semana por década. Por isso as novas ninhadas vieram ao mundo vinte e dois dias depois das tradicionais.
Mas que benefício esta decisão lhes trouxe? Eles conseguiram coincidir com um ambiente mais fresco, típico do início do inverno. A equipe de pesquisa destaca que essa mudança radical provavelmente está associada ao rápido aumento da temperatura na região. Como consequência, acredita-se que os cães selvagens africanos estejam evoluindo para aproveitar essa "janela térmica estreita" durante a reprodução.
Esse tipo de adaptação é ideal?
Há um lado menos amigável nessa história, pois a alteração fenológica apresentada fez com que menos filhotes sobrevivessem quando estavam na toca. Situação relacionada com o aumento da temperatura máxima diária e anual.
A principal autora da pesquisa, Briana Abrahms, nos fala sobre uma “armadilha fenológica”. Em outras palavras, essa resposta adaptativa às mudanças climáticas não dá bons resultados na reprodução do mabeco-africano. Algo que se deve diretamente às condições ambientais sem precedentes.
Então, não somos a única espécie que está "meio perdida" com tudo o que está acontecendo globalmente. Pesquisas mostram que tanto grandes predadores quanto micro-organismos menores podem ser vulneráveis às mudanças climáticas.