Cientistas descobrem anticorpo que protege contra todas as variantes da COVID-19

A COVID-19 é uma infecção respiratória que surgiu em 2019 e, posteriormente, várias variantes apareceram, trazendo preocupações. Agora, cientistas descobriram um novo anticorpo que é capaz de neutralizar todas as variantes.

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A Covid-19 é uma infecção respiratória que surgiu no final de 2019, tornando-se uma pandemia no ano posterior. Crédito: Divulgação.

A Covid-19 é uma doença infecciosa respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. Em 11 de março de 2020, a Covid-19 foi caracterizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma pandemia.

De lá pra cá, várias variantes do vírus surgiram, cada uma com suas características específicas, e muitas se tornaram mais resistentes a vacinas e outros tratamentos.

Anticorpos são glicoproteínas, também chamadas de imunoglobulinas, que tem a função principal de garantir a defesa do organismo, atuando contra os agentes invasores no nosso corpo.

E agora surge uma notícia esperançosa: cientistas descobriram um novo anticorpo que é capaz de neutralizar todas as variantes conhecidas do SARS-CoV-2, o vírus da Covid-19. Veja mais informações abaixo.

Novo anticorpo traz luz para a doença

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade do Texas (UT), em Austin, e divulgada recentemente em um artigo na revista Cell Reports Medicine. Inclusive, eles entraram com um pedido de patente para o anticorpo descoberto.

Além de neutralizar todas as variantes conhecidas da Covid-19, o anticorpo também combate os coronavírus do tipo SARS distantemente relacionados que infectam outros animais (como o SARS-CoV).

Chamado de ‘SC27’, o anticorpo plasmático amplamente neutralizante foi descoberto em um único paciente. E usando tecnologia desenvolvida ao longo de vários anos de pesquisa sobre respostas de anticorpos, os pesquisadores obtiveram a sequência molecular exata do anticorpo. Isso trouxe a possibilidade de fabricá-lo em uma escala maior para tratamentos futuros.

Os anticorpos se ligam à proteína ‘spike, que atua como um ponto de ancoragem para o vírus se fixar e infectar as células do nosso corpo. Ao bloquear essa proteína, os anticorpos impedem essa interação e, portanto, também previnem a infecção.

“A descoberta do SC27 e de outros anticorpos semelhantes no futuro nos ajudará a proteger melhor a população contra variantes atuais e futuras da COVID”, disse Jason Lavinder, professor da Escola de Engenharia Cockrell da UT e coautor do estudo.

Dessa forma, o SC27 identificou as diferentes características das proteínas spike nas muitas variantes da COVID-19. A tecnologia usada para isolar o anticorpo, denominada Ig-Seq, deu aos pesquisadores uma visão mais detalhada da resposta dele à infecção e à vacinação usando uma combinação de sequenciamento de DNA de célula única e proteômica.

Além dessa descoberta, os pesquisadores também descobriram que a imunidade híbrida — uma combinação de infecção e vacinação — oferece maior proteção baseada em anticorpos contra exposição futura em comparação com infecção ou vacinação sozinhas.

William Voss, autor principal do estudo, comentou que “um objetivo desta pesquisa, e da vacinologia em geral, é trabalhar em direção a uma vacina universal que possa gerar anticorpos e criar uma resposta imune com ampla proteção contra um vírus de mutação rápida”.

Referência da notícia:

Voss, W. N. et al. Hybrid immunity to SARS-CoV-2 arises from serological recall of IgG antibodies distinctly imprinted by infection or vaccination. Cell Reports Medicine, v. 5, n. 8, 2024.