Cientistas desenvolvem equipamento incrível para enxergar no escuro utilizando IA
Batizado de HADAR, o equipamento detecta várias informações do ambiente e usa IA para gerar uma imagem fiel do que está sendo observado - mesmo que esteja em escuridão total.
A partir de agora, enxergar no escuro não será mais um problema. Em uma pesquisa publicada na Nature, pesquisadores criaram uma maneira de utilizar inteligência artificial para enxergar, mesmo em total escuridão.
Isso inclui a habilidade de entender texturas, profundidades e atributos físicos de pessoas, objetos e ambientes - tudo isso sem nenhum tipo de luz. O projeto, batizado pelos pesquisadores da Purdue University de HADAR, promete se tornar uma grande inovação no mundo dos robôs autônomos já nos próximos anos.
Já não existem equipamentos para enxergar no escuro?
Sim. Sensores ativos tradicionais como radares e sonares emitem sinais e, posteriormente, recebem sua reflexão para coletar informações sobre um ambiente. Esses métodos, no entanto, têm grandes desvantagens - incluindo interferência de sinal entre diferentes sensores e algum grau de risco à saúde humana.
Existe também a imagem térmica tradicional, um método de detecção totalmente passivo que coleta a radiação de calor emitida pelos objetos. No entanto, este método resulta em imagens com apenas alguns contornos e manchas térmicas, e a falta de detalhamento torna-o inviável na maioria das aplicações.
Já o HADAR combina física térmica, imagem infravermelha e inteligência artificial para detectar imagens com grandes detalhes durante a noite. Ele consegue enxergar textura e profundidade através da escuridão, percebendo também atributos físicos além da cor.
A equipe testou a visão do HADAR usando uma estrada durante período noturno, obtendo resultados extremamente satisfatórios e superiores aos outros métodos. O HADAR foi capaz de compreender texturas finas, ondulações de água, rugas de casca de árvore, bueiros, e até mesmo detalhes sobre o gramado.
As aplicações iniciais do HADAR serão veículos automatizados e robôs que interagem com humanos em ambientes complexos. Isso é especialmente importante se considerarmos que, até 2030, existirão 20 milhões de robôs atendendo pessoas ao redor do mundo, e pelo menos 10% dos automóveis se tornarão automatizados. Esses equipamentos precisam enxergar e entender o ambiente ao ser redor para funcionar corretamente.
Agora, os pesquisadores estão trabalhando para melhorar a tecnologia que eles desenvolveram, com uma redução do tamanho do equipamento e do preço e um aumento na velocidade da coleta de dados. Dessa maneira, o HADAR poderá ser utilizado, por exemplo, na agricultura, geociência, saúde e monitoramento da vida selvagem.