Comer manga com leite realmente faz mal? Conheça aqui esse e outros mitos alimentares

Existem crenças que nos levam a achar que alguns alimentos são ruins à saúde, enquanto outros são completamente inofensivos. Porém, iremos desvendar aqui, de uma vez por todas, os principais mitos da alimentação.

mitos alimentares
Quais os principais mitos da alimentação? Desvendamos aqui para você.

Os mitos e tabus alimentares são costumes, crenças, tradições – e até hábitos familiares – passados de geração para geração. Crenças que nos levam a achar que alguns alimentos são ruins à saúde, enquanto outros são completamente inofensivos.

Muitas pessoas ainda ficam em dúvida sobre tais mitos, e acabam aderindo-os em suas vidas como se fossem uma tradição a se seguir. Porém, hoje iremos falar, com explicações de profissionais, sobre alguns dos principais mitos alimentares, para que você deixe de acreditar neles de uma vez por todas!

Comer manga e beber leite junto faz mal?

Definitivamente não! Segundo pesquisadores, esse mito surgiu no período do Brasil colonial, quando o leite era um alimento escasso e caro, de consumo exclusivo dos senhores de engenho, enquanto a manga era uma fruta facilmente encontrada. Então, para evitar que os escravos e serviçais consumissem o leite, os senhores de engenho espalharam a história de que a bebida fazia mal.

manga com leite
O leite pode ser ingerido com qualquer fruta, sem nenhum problema. Crédito: Pinterest/Reprodução.

A manga é rica em betacaroteno, vitamina C, potássio, fibras, e outros nutrientes. Já o leite (de vaca) é fonte de carboidratos, proteínas, cálcio, magnésio, vitaminas A e B12. A nutricionista funcional Gisele Haiek afirma: “A combinação resulta em uma vitamina como se misturasse qualquer outra fruta ao leite, claro, com os nutrientes da manga atribuídos”.

Outros mitos da alimentação

  • Banana reduz cãibras

      Apesar de possuir vários benefícios, a banana não garante o desaparecimento de cãibras. A ligação das cãibras com a fruta está relacionada ao mineral presente nela: o potássio. Karina Capobianco, médica reumatologista, explica que a deficiência do mineral está mais comumente associada à fraqueza e à paralisia muscular do que às fortes contrações musculares.

      “A deficiência de potássio também pode ser uma causa mas, geralmente, ela está associada às cãibras ligadas ao exercício físico, à desidratação e ao uso de diuréticos. As alterações dos níveis de cálcio e magnésio no organismo são mais comuns como causa de cãibras do que a de potássio”, diz ela.

      • Laranja é a fruta que mais tem vitamina C

      Não é! Apesar de concentrar um alto teor de vitamina C, existem outras frutas com maior quantidade dessa vitamina, como o cranberry, acerola, kiwi e morango. Contudo, a laranja é uma das principais fontes desse nutriente.

      • Ovo aumenta o colesterol

      Mentira. A British Heart Foundation afirma que é mito os ovos serem ruins ao coração, e eles podem sim fazer parte de uma dieta equilibrada. Segundo a Fundação Nacional do Coração da Austrália, os níveis de colesterol no sangue são mais influenciados pelas gorduras saturadas e trans, do que por outras gorduras contidas nos alimentos. Por isso, não há problema em comer ovos, desde que a quantidade seja de até 6 unidades por semana.

      Além disso, a nutricionista funcional Cris Ribas Esperança afirma que o ovo é rico em proteínas e ajuda a aumentar a sensação de saciedade, sendo uma boa opção para o emagrecimento. Porém, ela alerta: é preciso evitar o consumo exagerado.

      • O glúten faz mal à saúde

      O glúten não é esse grande vilão criado por “gurus do emagrecimento” que a gente vê nas redes sociais; ele não apresenta malefícios à saúde. Ele é uma substância formada por duas proteínas: a gliadina e a glutenina, que são encontradas em alimentos derivados do trigo, centeio, cevada e outros cereais. Se consumido de maneira equilibrada e sem exageros, é uma proteína que contribui para a renovação da flora intestinal, entre outros benefícios.

      glúten
      O glúten não é um grande vilão como se pensa. Sua restrição é apenas para as pessoas com doença celíaca, sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) e alergia ao trigo.

      Mas claro, existem 3 condições, que são as únicas exceções, em que ele gera efeitos negativos no organismo e deve ser evitado: doença celíaca, sensibilidade ao glúten não celíaca (SGNC) e alergia ao trigo. Se você não possui nenhuma dessas restrições, pode consumi-lo normalmente.

      E para quem acha que pode emagrecer tirando o glúten da dieta, a nutricionista Sophie Deram afirma: “Cortar o glúten da alimentação é ineficiente. Não existe nenhuma evidência científica de que uma dieta sem glúten irá fazer você perder peso". O que acontece é que, como ele é muitas vezes associado a alimentos ricos em carboidratos e ultra processados, cria-se a ideia de que não consumi-lo favorece o emagrecimento.