Como a discussão sobre a vacina contra COVID-19 mudou os rumos de 2021
A vacinação contra COVID-19 gerou muita polêmica, mas foi extremamente bem sucedida. Confira como a vacina mudou completamente os rumos do ano de 2021.
Um ano atrás, as campanhas de vacinação contra COVID-19 estavam apenas começando. Agora, mais da metade da população mundial já está vacinada - quase 9 bilhões de pessoas receberam uma ou mais doses. A vacinação de tantas pessoas em tão pouco tempo com certeza salvou um grande número de vidas e é um triunfo para a ciência.
Nenhuma vacina na história foi desenvolvida tão rapidamente. Em pouco tempo, 23 vacinas diferentes contra o vírus SARS-CoV-2 (outro nome para a Covid-19) foram aprovadas para uso em todo o mundo e outras 300 estão em desenvolvimento. Estima-se que este desenvolvimento e implantação surpreendentemente rápidos tenham salvo pelo menos 750.000 vidas nos Estados Unidos e na Europa - e muito mais globalmente.
Pesquisadores estão agora correndo para determinar como as diferentes vacinas vão resistir ao Omicron, que se espalhou rapidamente e foi considerado uma variante de preocupação no final de novembro. Os pesquisadores esperam que as vacinas continuem a prevenir complicações graves causadas pela variante. Mas até que ponto elas atuarão, ainda não sabemos.
Desigualdade social e a distribuição da vacina
Apesar da eficiência da produção, sua distribuição falhou fortemente ao redor do mundo. Em países de alta renda, 83% das populações elegíveis tomaram pelo menos uma dose, enquanto em países de baixa renda o número cai para apenas 21%.
Esperava-se que as nações mais pobres obtivessem maior suprimento assim que a demanda começasse a cair nas nações ricas, mas isso não aconteceu. Ao invés disso, a maioria dos países ricos agora está administrando reforços e estocando doses.
As disparidades existem não apenas entre os países, mas também dentro deles. Áreas com um maior número de pessoas de baixa renda nos Estados Unidos receberam menos vacinas. Pais solteiros, pessoas com deficiência e algumas linhas raciais ou étnicas também ficaram em segundo plano nas campanhas de vacinação.
Algumas vacinas da próxima geração podem até ajudar a resolver o problema. Por exemplo, as vacinas proteicas prometem ser mais fáceis de produzir e transportar do que algumas vacinas existentes. Ainda assim, sua distribuição dependerá, em grande parte, da empatia das grandes nações.
Avanço da vacinação e da ciência ao redor do mundo
Durante 2021, a variante Delta causou um aumento acentuado nos casos pediátricos em todo o mundo. E mais do que isso - nos Estados Unidos, a maior parte dos novos infectados nos últimos meses tem sido crianças. Mais de 5 milhões de crianças já tomaram a vacina, e estudos apontam benefícios significativos.
Em outros lugares, as vacinações para crianças menores também estão avançando. Reguladores no Canadá, Israel e Europa aprovaram provisoriamente a vacina Pfizer para crianças, enquanto Colômbia, Chile e Argentina estão agora oferecendo a chinesa Sinopharm.
Junto ao desenvolvimento das vacinas, veio um extraordinário esforço de pesquisa no ano passado. Pelo menos 15.000 artigos sobre vacinas mencionando COVID-19 ou SARS-CoV-2 foram publicados desde o início de 2020, uma verdadeira explosão de conhecimento dentro das faculdades.
Os benefícios dessa pesquisa se estendem para além da pandemia. A humanidade se uniu para desenvolver uma solução e isso gerou uma conscientização muito ampla sobre a necessidade e importância das vacinas.
De qualquer maneira, as vacinas mudaram completamente o ano de 2021 e continuarão a salvar vidas em 2022. Se a pandemia está prestes a acabar, ainda não sabemos. Tudo vai depender de duas coisas: (1) acesso universal à vacina, tanto em camadas mais vulneráveis e pobres da população quanto para crianças, e (2) que nenhuma variante crítica se forme nesse meio tempo. O jogo continua.