Como as mudanças de estações estão associadas à sua saúde?
Algumas doenças e mal-estares comuns são mais frequentes em determinadas estações do ano do que em outras. Isso ocorre, pois, as variações do tempo exercem uma influência muito grande no corpo humano.
O outono está aí, e junto com ele retornam os dias mais secos e frios do ano, acompanhados de surtos de gripe, resfriados, crises respiratórias e outros desconfortos. Mas porque as alterações do tempo influenciam a nossa saúde? A Biometeorologia explica!
A Biometeorologia é uma das diversas áreas de pesquisa da Meteorologia. Ela é responsável pelo estudo da influência do tempo e clima no organismo dos seres vivos em geral. A Biometeorologia Humana está focada em estudar a influência das variações atmosféricas sobre o homem. Essas variações podem estar associadas a mudanças de temperatura, umidade, poluição do ar, características físicas e biológicas, entre outros fatores.
A entrada do outono é marcada por grandes variações de temperatura e umidade do ar. Em um único dia podemos sentir muito frio durante a manhã e muito calor durante a tarde, ou seja, enfrentamos uma grande amplitude térmica diária. Toda essa mudança em um curto período de tempo prejudica nosso sistema imunológico e nos deixa vulneráveis à ação de vírus, como os de gripe e resfriados.
Em grande parte do Brasil o outono e inverno são caracterizados pelo predomínio de dias frios e secos. Esses fatores agravam a ocorrência de doenças respiratórias como crises de asma, bronquite, pneumonia, sinusite, rinite e bronquiolite. No estado de São Paulo, cerca de 60% das internações anuais em decorrência de doenças respiratórias concentram-se entre os meses de março e agosto, meses de outono e inverno.
Estudos biometeorológicos também mostram que durante o inverno, devido as baixas temperaturas, as doenças cardiovasculares são agravadas. Isso ocorre, pois, a temperatura baixa provoca uma contração dos vasos sanguíneos, o que causa uma elevação da pressão arterial e uma sobrecarga do sistema circulatório e do coração. O que acaba aumentando o risco de infartos e AVC (Acidente Vascular Cerebral).
A baixa umidade do ar, abaixo de 30%, também gera outros desconfortos. A falta de água causa uma desidratação das células do corpo que, por sua vez, está associada a males como: narinas e olhos ressecados, enxaquecas e dores de cabeça, cansaço, tosse, acúmulo de secreção, obstrução nasal e indisposição física.
Como se prevenir?
A mudança de estação é inevitável! Dessa forma, para tirar o maior proveito e passar pelo o outono e inverno com disposição e saúde, alguns cuidados podem ser tomados:
Se hidrate! Beber pelo menos 2 litros de água por dia mantém todas as células do seu corpo hidratadas, o que evitará ressecamentos.
Evite ambientes fechados. Nos dias frios é comum que as pessoas se aglomerem em ambientes fechados. Isso acaba favorecendo a disseminação de vírus, principalmente os da gripe.
Lave o nariz e os olhos com soro fisiológico. Isso ajuda a desobstruir as vias respiratórias e manter a mucosa nasal e dos olhos hidratadas.
Tenha mais contato com a natureza. Diversos estudos mostram que áreas verdes minimizam os efeitos do contraste térmico, além de sempre manter um nível de umidade ideal, criando o ambiente perfeito para o conforto humano.
Se exercite! Manter as atividades físicas durante os dias frios garantem um sistema imunológico mais forte. Porém, é importante evitar os horários em que a umidade é mais baixa, como durante a tarde.
Aproveite o tempo seco e tire as roupas do armário! O tempo seco não é tão ruim assim, ele pode nos ajudar a combater os fungos e ácaros que causam alergias! Portanto, aproveite para abrir os armários e deixe as roupas guardadas tomarem um sol.
Consulte um médico. Se mesmo tomando todas essas precauções você ainda estiver sentindo algum sintoma, não deixe de procurar um especialista, pois o quadro pode se agravar.
Outras estações do ano
Apesar do outono e inverno serem as estações mais preocupantes em relação a saúde, as estações mais quentes também apresentam riscos. Na primavera, por exemplo, a polinização e floração típicas da estação prejudicam aqueles que possuem doenças respiratórias e alergias.
Durante a primavera e verão a radiação ultravioleta aumenta, e com ela, também aumentam os riscos de doenças de pele. Além da radiação, os valores de umidade do ar também aumentam, criando condições favoráveis a proliferação de fungos e ácaros.
Nos dias quentes de verão é comum a ocorrência de insolação e desidratação. Além disso, as temperaturas elevadas, ao contrário do que ocorre nos dias frios, causam uma dilatação dos vasos sanguíneos, o que leva a uma queda da pressão arterial.
Além de tudo, a temperatura quente e o acúmulo de água gerado pelas chuvas do verão acabam criando condições perfeitas para a proliferação do grande vilão brasileiro dos últimos anos, o Aedes aegypti, responsável pela transmissão da Dengue, Chikungunya e Zika.