Como se formam os tornados?
Os tornados são poderosos sistemas meteorológicos que num curto período de tempo podem causar estragos imensuráveis. Apesar de não serem muito bem documentados, são bem comuns no Brasil. Mas como eles se formam? E onde costumam ocorrer no Brasil?
O tornado parece um funil que se desloca como um pião embaixo de uma nuvem de tempestade, a cumulunimbus. Geralmente apresentam um diâmetro entre 100 metros a 1 quilômetro, e não duram muito, cerca de minutos e raramente duram mais de uma hora. Sua velocidade de deslocamento varia entre 20 a 60 km/h, podendo se deslocar por dezenas de quilômetros. Durante o percurso, os fortes ventos em rotação, que podem alcançar velocidades de até 500 km/h, deixam um grande rastro de destruição!
Ainda não há uma compreensão completa sobre como os tornados se formam, mas, de modo geral, eles se formam onde há intensos fluxos ascendentes e descendentes no centro de uma supercélula de tempestade.
Antes da formação do tornado (cerca de 30 minutos antes) ocorre uma rotação do ar entorno de um eixo horizontal dentro da nuvem, a vários quilômetros acima da superfície. Esse vórtice (chamado de mesociclone) só é formado devido ao cisalhamento vertical do vento, ou seja, a variação da intensidade do vento conforme a altura (geralmente a velocidade aumenta com a altura).
O cisalhamento do vento dá origem ao tubo de rotação de vento na horizontal, e as fortes correntes ascendentes levantam e inclinam esse tubo de rotação, deixando-o quase na vertical. Essa coluna de ar girando na vertical vai se alongando em direção a superfície até emergir na base da nuvem, formando uma espécie de funil. Quando esse funil continua se alongando e toca a superfície, forma-se um tornado.
O tornado se dissipa devido ao atrito com a superfície e os inúmeros obstáculos que promovem a desaceleração do sistema durante seu percurso. Por isso, os tornados tendem a ter um maior deslocamento e tempo de vida em regiões planas, sem muitos obstáculos.
Tornados no Brasil
Os tornados no Brasil ocorrem principalmente nos estados da região Sul, mas também ocorrem nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. O maior número de ocorrências é registrado nos meses de outono e primavera, principalmente durante a primavera, quando as tempestades mais intensas ocorrem, associadas aos Complexos Convectivos de Mesoescala.
Um dos mais intensos que se tem registro ocorreu na cidade de Itu, em São Paulo, no dia 30 de setembro de 1991, com ventos que oscilaram entre 300 e 400 km/h, classificando-o como um F4, na escala Fujita. Esse tornado causou a morte de 16 pessoas e deixou mais 200 feridas.