Descoberto fóssil de golfinho gigante que vivia na Amazônia a 16 milhões de anos atrás!
Pesquisadores descobriram na Amazônia peruana uma nova espécie de golfinho gigante de água doce que viveu há 16 milhões de anos! Essa é a maior espécie de golfinho de rio conhecida pela ciência até o momento!
Em um novo estudo publicado na revista Science Advances, pesquisadores anunciaram a descoberta de uma nova espécie de golfinho de água doce que viveu na região amazônica peruana há 16 milhões de anos! Mas esse não é um golfinho comum, como os que conhecemos dos dias de hoje, essa nova espécie podia atingir até 3,5 metros de comprimento, sendo o maior golfinho de água doce conhecido até então!
A descoberta foi feita em 2018 por um grupo de pesquisadores liderados por paleontólogos da Universidade de Zurique durante uma expedição na Amazônia peruana, onde encontraram na margem do rio Napo, em Loreto, Peru, o crânio fossilizado do animal. Assim que o encontraram os pesquisadores já tiveram certeza que se tratava de um golfinho de água doce, porém, se tratava de uma espécie ainda desconhecida!
Sua mandíbula era longa e robusta, com dentes grandes e pequenas órbitas oculares, o que indica que esse animal não era bom de vista. Estimativas de tamanho baseadas nas medidas cranianas indicam que essa nova espécie de golfinho provavelmente é o maior odontoceto (cetáceo com dentes) de água doce conhecido, podendo chegar a 2,8 a 3,5 metros de comprimento no mínimo, ou seja, maior que os golfinhos de rio modernos, que tem tamanho máximo de 2,5 metros.
Essa nova espécie foi batizada de Pebanista yacuruna, o nome Yacuruna homenageia uma criatura mística aquática da Amazônia peruana. De acordo com os pesquisadores, esses golfinhos habitaram a Amazônia durante o período Mioceno, a cerca de 17 a 14 milhões de anos atrás, mas esse fóssil em específico data de 16 milhões de anos atrás.
“Há 16 milhões de anos, a Amazônia peruana parecia muito diferente do que é hoje”, disse o principal autor do estudo a Phys.org , Aldo Benites-Palomino, do Departamento de Paleontologia da Universidade de Zurique . “Grande parte da planície amazônica era coberta por um grande sistema de lagos e pântanos chamado Pebas”. Esta paisagem se estendia pelo o que hoje é a Colômbia, Equador, Bolívia, Peru e Brasil. Há 10 milhões de anos o sistema Pebas começou a dar lugar a Amazônia moderna, essa transição de habitat levou a extinção desse golfinho gigante, abrindo um nicho ecológico propício para os parentes dos atuais botos do rio Amazonas.
Onde estão os atuais parentes desse golfinho gigante?
Além do tamanho dessa nova espécie de golfinho, outro aspecto dessa descoberta também chamou a atenção dos pesquisadores e isso tem a ver com o grau de parentesco dessa nova espécie de golfinhos!
“Descobrimos que o seu tamanho não é o único aspecto notável”, disse Aldo Benites-Palomino. "Com este registro fóssil descoberto na Amazônia, esperávamos encontrar parentes próximos do golfinho vivo no rio Amazonas - mas em vez disso, os primos mais próximos do Pebanista são os golfinhos do sul da Ásia (gênero Platanista)."
O Pebanista yacuruna é parente próximo de dois golfinhos do gênero Platonista, também de água doce, que vivem na Ásia, um deles é o Platanista gangetica, que habita o Rio Ganges, e o outro chamado de Platanista minor, que habita o Rio Indus. Essas três espécies apresentam características morfológicas similares.