Descobertos buracos negros supermassivos mais próximos da Terra
O par de buracos negros supermassivos está mais perto da Terra do que qualquer outro observado antes. E um dia eles colidirão, formando um buraco negro "monstruoso".
Os astrônomos descobriram um par único de buracos negros supermassivos, que não é apenas o par mais próximo da Terra já observado, mas também o par mais próximo já encontrado.
Em um estudo, uma equipe internacional de pesquisadores determinou que os dois buracos negros irão eventualmente colidir um com o outro, formando um "buraco negro monstro".
O par de buracos negros supermassivos foi descoberto em uma galáxia na constelação de Aquário, a cerca de 89 milhões de anos-luz da Terra. Embora possa parecer uma grande distância, ela bate o recorde anterior de 381 milhões de anos-luz.
Destruição dupla
“Nossa descoberta implica que pode haver muito mais dessas relíquias de fusões de galáxias por aí e podem conter muitos buracos negros massivos ocultos que ainda esperam ser encontrados,” disse Karina Voggel, principal autora do estudo e astrônoma do Observatório Strasbourg, na França.
“Isso poderia aumentar o número total de buracos negros supermassivos conhecidos no Universo local em 30%” .
A pesquisa será publicada na próxima edição da revista Astronomy & Astrophysics. Além de ser o par de buracos negros supermassivos mais próximo da Terra já descoberto, os dois gigantes galácticos foram encontrados separados por uma distância de apenas 1.600 anos-luz.
Esta é uma distância incomumente pequena e significa que os dois buracos negros estão travados em uma batalha gravitacional que culminará com a fusão deles, em algum momento nos próximos 250 milhões de anos.
Buracos negros supermassivos como esses são encontrados no centro das galáxias, e acabam presos em uma rota de colisão quando duas galáxias se fundem. Acredita-se que seja assim que os maiores buracos negros do universo são formados.
Os pesquisadores encontraram o par de buracos negros supermassivos usando o European Southern Observatory’s Very Large Telescope (ESO’s VLT), localizado no Chile. Observando os efeitos da atração gravitacional dos dois objetos sobre as estrelas circundantes, eles foram capazes de determinar que um dos buracos negros mede cerca de 154 milhões de vezes a massa do Sol, enquanto o outro mede um pouco menos de 6,3 milhões de massas solares.
É a primeira vez que as massas de um par de buracos negros supermassivos são medidas dessa forma, feito que só é possível graças à relativa proximidade dos objetos com a Terra.
Os astrônomos do ESO esperam fazer mais descobertas como esta no futuro, com o observatório definido para revelar seu novo (e apropriadamente chamado) Extremely Large Telescope no final desta década. Isso permitirá detecções consideravelmente mais distantes do que é possível atualmente, o que significa que este telescópio será a chave para melhorar nossa compreensão de alguns dos objetos mais enigmáticos do universo.