Efeitos extraterrestres sobre as marés
A superlua aumenta o seu efeito sobre os oceanos fazendo com que as marés sejam mais intensas em todas as partes do planeta. Isto é uma consequência do alinhamento planetário do Sol, da Lua e da Terra.
Todos nós conhecemos a relação entre a Lua e o mar, que resulta na formação das marés por atração entre o satélite natural e as massas de água da Terra. Mas, na realidade, existe uma importante base científica que explica o fenômeno das marés, onde, além da Lua, existem outros fatores locais que as tornam as mais importantes em certos lugares do planeta, como por exemplo, a presença de continentes e a ação da rotação da Terra.
As marés, além de serem formadas pelas forças atraentes da Lua, também são influenciadas pela ação do Sol. A Lua, por proximidade, tem uma influência maior que a do Sol mas, este último, pode potencializar a ação da Lua. A posição relativa da Terra em relação aos dois astros também é fundamental para a intensidade das marés, sendo esta máxima, quando os três estão alinhados, gerando marés de primavera e, mínima quando estão em posição de quadratura, gerando marés “mortas” (neap tides, em inglês).
Efeitos das marés nas costas
As marés em si não costumam provocar sérios problemas nas regiões costeiras, pois são fenômenos naturais que ocorrem diariamente e, como conhecemos seu comportamento, podemos prevê-los facilmente. Uma das implicações das marés é na geração de correntes de maré em áreas onde ocorrem estreitamentos, como o Canal de Chacao, no sul do Chile, aumentando a velocidade das correntes tanto na entrada (subida) quanto na saída (descida) da maré. A magnitude dessas correntes deve ser levada em consideração, pelo fato de poderem ser muito perigosas para a navegação.
Outro inconveniente em várias partes do mundo está associado à faixa da maré, ou seja, a distância entre o máximo e o mínimo da maré diária. Em algumas regiões, essa distância é tão grande que alguns portos ou enseadas de pesca podem ficar sem água durante a maré baixa, tornando-os inoperantes naquele momento.
Mas o problema mais grave das marés ocorre quando elas são mais acentuadas ou se somam à outros eventos costeiros, principalmente, eventos extremos que podem ser potencializados se coincidirem com as marés altas. Nestes casos, a intensidade da inundação aumenta, por exemplo, em casos de tempestades e tsunamis, a altura do nível do mar na costa estará na sua condição mais alta.
Estes efeitos potencializadores podem ser ainda mais perigosos se, além de coincidir com a maré alta, também ocorrerem simultaneamente com as marés equinociais (marés que ocorrem no início da primavera ou do outono), quando a distância entre a Lua e a Terra é menor.
Nas marés equinociais, os planos de inclinação das órbitas da Lua e do Sol coincidem, aumentando o efeito de atração entre os dois astros. Se, além disso, o Sol, a Lua e a Terra estiverem alinhados no perigeu (ponto da órbita mais próximo da Terra) as marés são maiores. Este último caso foi o que ocorreu no início do mês, na segunda semana de Abril, na qual a Lua estava na fase cheia e no seu ponto mais próximo da Terra, um fenômeno conhecido como Superlua devido ao grande tamanho que ela aparentou ter.