Erupções vulcânicas frequentes podem trazer um risco climático catastrófico
O aumento da frequência das erupções vulcânicas pode reduzir consideravelmente a temperatura terrestre, além de ocasionar impactos de longo alcance que poderiam intensificar os problemas climáticos já existentes.
Episódios trágicos como Pompeia, Krakatoa ou do monte Santa Helena, as erupções vulcânicas, de todas as catástrofes naturais, podem parecer as mais catastróficas. Porém, as erupções vulcânicas são conhecidas por causarem uma redução da temperatura terrestre.
Por exemplo, entre 1992 e 1994 houve um resfriamento significativo na Terra por causa de uma grande erupção de cinzas na estratosfera após a erupção do vulcão Pinatubo nas Filipinas. Isso levou a uma redução da radiação solar em 2,5 W/m² que, por sua vez, levou a uma redução da temperatura em 0,7°C.
Além disso, eles afirmam que o maior número de erupções vulcânicas ocorre durante ciclos de 11 anos, quando o campo magnético de fundo solar tem uma polaridade sul. A prova disto, são os máximos de erupções nos anos 1868 e 1950, que estavam relacionados estreitamente com os máximos do campo magnético da polaridade sul.
O próximo máximo previsto de erupções vulcânicas é esperado durante o ciclo 26, entre 2031 e 2042, quando o campo magnético de fundo solar terá uma polaridade que poderá afetar a entrada de radiação solar na Terra.
A atividade solar já mostrou sinais de redução do número de manchas solares e formação de regiões ativas, segundo o Sunspot Index. Além do mais, de acordo com estudos publicados na Nature, a redução adicional de 60 a 70% da atividade solar, é esperada no ciclo de 2031 a 2042, que pode levar a uma diminuição da radiação solar depositada na Terra.
Os impactos futuros das erupções vulcânicas
A mudança climática também pode reduzir a probabilidade de um tipo de evento de risco catastrófico global: os impactos de uma erupção vulcânica maciça.
Por exemplo, o enxofre bombeado pela erupção do Tambora na estratosfera, diminuiu a luz solar tão extensivamente que as temperaturas do Hemisfério Norte caíram cerca de 0,6°C dois anos depois do ocorrido.
O resultado do evento de Tambora, foi o famoso ano sem verão em 1816, em que geadas severas e tempestades de neve em maio/junho de 1816 atingiram o Leste do Canadá. Estes eventos ocasionaram quebras generalizadas de colheitas, e foram observados rios e lagos congelados em julho e agosto, no auge do verão.
Pesquisadores estimam que futuras erupções são capazes de causar efeitos graves de “inverno vulcânico”, suficiente para reduzir as temperaturas globais e desencadear falhas generalizadas nas colheitas com probabilidade de 10 a 14% em um período de 30 anos.
Uma erupção neste nível, nos dias atuais, desafiaria o suprimento global de alimentos já reduzido pelo aumento da população, diminuição da disponibilidade de água e conversão de terras agrícolas para o cultivo de biocombustíveis.
Cientistas afirmam que, devido às mudanças na circulação oceânica e atmosférica causadas pelas mudanças climáticas, uma erupção de grande magnitude nos trópicos, pode causar 60% mais resfriamento no próximo século em comparação com hoje.
Além dos danos causados pelo fluxo de lava, tsunamis e acúmulo de cinzas e detritos logo após uma erupção vulcânica, o clima, as chuvas e as temperaturas também desestabilizariam. Com o clima global já atingindo seu ponto de ruptura com a liberação de gases de efeito estufa produzidos pelo homem, a tensão extra causada por um desastre natural seria devastadora.
Por fim, é preciso haver pesquisas interdisciplinares mais abrangentes para desenvolver um sistema a fim de ajudar a mapear vulcões potencialmente arriscados. Além de mais pesquisas sobre vulcões, os cientistas também pedem a implementação de sistemas de monitoramento aprimorados.