A Espaçonave de Noé carregará os genomas da Terra para outros planetas
Uma nave construída para salvar a biodiversidade da Terra de uma crise planetária seria muito menor do que a arca bíblica, porém muito mais abrangente e complexa. Te explicamos aqui!
O ano de 2020 veio para nos lembrar que existem muitas ameaças à vida no nosso planeta. além claro, da possibilidade de uma pandemia global ainda mais mortal que a COVID-19, vários outros fenômenos naturais ou causados pelo ser humano podem impactar a Terra.
Desde um aquecimento global descontrolado, semelhante ao que aconteceu em Vênus; um impacto de um asteróide gigante, maior do que o que matou os dinossauros; explosões de estrelas próximas na forma de supernovas ou rajadas de raios gama; até o aumento inevitável do brilho e do tamanho do sol dentro de um bilhão de anos, que fará todos os oceanos da Terra ferverem.
O fato, levantado pelo professor Avi Loeb, é que não estamos e nem nunca estaremos totalmente seguros. Loeb é diretor e ex-presidente do departamento de astronomia da Universidade de Harvard, além de participar da presidência de diversos conselhos consultivos científicos, e ponderou como a arca de Noé seria construída nos tempos modernos.
Atualmente, todos os nossos “ovos” estão em uma única cesta: O planeta Terra. Uma futura encarnação da Arca de Noé decolaria da superfície da Terra e navegaria para o espaço, buscando novas cestas - ou seja, novos planetas. Existe algo mais prático e urgente do que a ambição de Noé de salvar nossas vidas da extinção?
E felizmente, a viagem espacial é financeiramente impulsionada pela economia global, com o objetivo de melhorar a comunicação e a navegação, monitorar padrões meteorológicos e mudanças climáticas, se estabelecer na lua ou Marte, viajar pelo espaço, minerar asteróides, desviar objetos que cruzam a Terra e remover detritos espaciais.
Portanto, a livre concorrência no setor, que inclui empresas como a SpaceX ou a Blue Origin, só beneficiará humanidade a longo prazo e facilitará os esforços no sentido da construção desta arca intergalática de Noé.
Inclusive, Loeb argumenta que a espaçonave não precisa ser uma arca gigantesca que transportará humanos, elefantes, baleias, pássaros e assim por diante. Graças à ciência e à tecnologia moderna, a nave pode ser pequena - um minúsculo cubo satélite, o que chamamos hoje de Cubesat.
Nele, haveria um sistema avançado que armazena as informações completas do DNA de todas as espécies na Terra. Além disso, é complementado por uma espécie de impressora 3D que pode fabricar as sementes da vida quando desejar.
Esta plataforma poderia, então, estacionar em um local seguro que receba calor solar suficiente para mantê-la aquecida e contenha as matérias-primas para a química da vida ser impressa novamente.
Já enviamos nossas informações ao espaço interestelar antes, na forma de discos de ouro contidos nas sondas Voyager, de 1977. Os registros incluem sons e imagens que retratam a diversidade da vida e da cultura na Terra, como uma “mensagem em uma garrafa” para outra civilização que a receba no futuro.
Mas, ao invés disso, uma arca mais sofisticada tecnologicamente seria capaz de recriar a vida do planeta terra em outro lugar. No longo prazo, esta seria uma das únicas soluções viáveis, dada a tecnologia atual, para garantir que o legado humano continuará em nosso universo.