Estes são os 42 gigantes do cinturão de asteroides do Sistema Solar
Até recentemente, apenas três dos maiores objetos no cinturão de asteroides foram observados em detalhes. Agora, um grupo de astrônomos capturou imagens altamente nítidas de 42 deles. Descubra como eles fizeram isso aqui.
Localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter, o cinturão de asteroides é o lar de milhões de objetos. Dentro dessa multidão, cientistas associados ao Observatório Austral (ESO) detectaram a forma tridimensional e a densidade de 42 dos maiores asteroides nesta área do Sistema Solar. Para isso fizeram uso do instrumento SPHERE (Spectro-Polarimetric High-contrast Exoplanet REsearch) instalado no Very Large Telescope (VLT) do ESO que está no Chile.
Pierre Vernazza, principal autor do estudo e pesquisador do Laboratório de Astrofísica de Marsella, França, observa que até agora, imagens de alta definição foram obtidas de “três grandes asteróides do cinturão principal, Ceres, Vesta e Lutetia, que foram visitados pelas missões espaciais Dawn e Rosetta da NASA e da Agência Espacial Europea, respectivamente”.
Desde 2017, trabalha-se na ampliação das informações sobre os principais corpos do cinturão de asteróides. Alguns excedem as dimensões de 100 km, sendo 20 deles maiores que 200 km. Os maiores, Ceres e Vesta, atingem diâmetros de 940 e 520 km, enquanto os menores detectados são Urania e Ausonia, cujos tamanhos não excedam 90 km.
Entre as principais descobertas, foi possível fazer a divisão em duas famílias de asteroides, após reconstruir suas formas. Existem aqueles que são quase perfeitamente esféricos, como Hygiea e Ceres, e aqueles que são mais alongados, em forma de “osso de cachorro”, como Cleopatra, que chamou a atenção do grupo de pesquisadores por sua peculiaridade.
O curioso do número 42 é que ele representa "a Resposta Para a Vida, o Universo e Tudo Mais" no romance. “O Guia do Mochileiro das Galáxias” de Douglas Adams. Em homenagem a isso, o estudo foi divulgado no dia 12 de outubro, por ocasião do 42º aniversário da publicação do livro.
No artigo publicado por Astronomíy & Astrophysic, as densidades desses corpos também são especificadas: os menos densos foram determinados como sendo Lamberta e Sylvia, cerca de 1,3 gramas por centímetro cúbico, próximo da densidade de um carvão. E o mais denso acabou Psyche e Kalliope, com densidades de 3,9 e 4,4 gramas por centímetro cúbico respectivamente, maiores que a de um diamante.
As descobertas foram possibilitadas pela precisão de captura do instrumento SPHERE. Da mesma forma, espera-se que mais imagens de asteroides de resolução muito alta possam ser obtidas com o Telescópio Extremamente Grande.(ELT) ESO, atualmente em construção em Antofagasta, Chile.
Esses telescópios são considerados de grande importância para a astronomia terrestre: ajudariam em uma exploração mais profunda do espaço. O avanço tecnológico pode levar a uma mudança em nossa percepção do universo. Durante a última década, grandes descobertas astronômicas foram reveladas, como a descoberta de exoplanetas e a primeira imagem de um buraco negro. Imagine o quanto mais pode ser realizado com o ELT. Surpresas nos aguardam!