Estudo descobre vitamina que pode retardar o avanço do câncer de próstata

Pesquisa preliminar mostra que uma vitamina poderia retardar o avanço do câncer de próstata, oferecendo novas visões para tratamentos. Descubra que vitamina é essa.

câncer de próstata
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.

O câncer de próstata é um tumor que afeta a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga nos homens. É o tipo de câncer mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele não-melanoma.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil o câncer de próstata corresponde a 29% dos casos de câncer em homens. Por ano, há aproximadamente 66 mil novos casos da doença, que resultam em quase 16 mil mortes.

Esse tipo de tumor se desenvolve lentamente, e a maior parte das pessoas não manifesta sinais e sintomas até que ele esteja em fase avançada. Por isso é importante a realização de exames anuais de prevenção.

E um estudo preliminar feito com camundongos em laboratório identificou um suplemento que pode retardar o avanço do câncer de próstata, o que pode representar uma opção de tratamento para a doença no futuro.

A vitamina que ajuda a retardar o avanço do câncer de próstata

Neste estudo, pesquisadores dos Estados Unidos identificaram uma possível estratégia para retardar a progressão do câncer de próstata usando um suplemento: a vitamina K3, também conhecida como menadiona.

A pesquisa, que foi liderada pelo professor Lloyd Trotman do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), focou em um suplemento pró-oxidante de menadiona (K3), e demonstrou que a menadiona é capaz de matar células cancerígenas ao destruir um lipídio essencial chamado PI(3)P. Sem esse lipídio, as células perdem a capacidade de reciclar materiais e acabam explodindo devido ao acúmulo de substâncias não processadas.

“É como um aeroporto. Se todos os aviões que entram perderem sua identificação imediatamente, ninguém sabe para onde eles devem ir em seguida. Aeronaves novas continuam chegando, e o centro de transporte começa a inchar. Isso, em última análise, leva ao estouro da célula”, explica Lloyd Trotman do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL).

Essa estratégia pode ser promissora para homens em estágios iniciais do câncer de próstata, diagnosticados através de biópsias.

Os testes foram realizados apenas em camundongos, e os pesquisadores enfatizam que são necessários estudos adicionais para verificar a segurança e a eficácia da vitamina K3 em humanos. Mas, embora ainda em fase preliminar, os resultados obtidos neste estudo trazem esperança para futuros tratamentos contra a doença.

Outro benefício científico da vitamina K3

Os pesquisadores também descobriram que a vitamina K3 pode ser eficaz contra uma condição rara chamada miopatia miotubular, uma doença genética que afeta o crescimento muscular de crianças.

Em estudos com camundongos, o uso desse suplemento dobrou a expectativa de vida dos animais afetados. Se o mesmo benefício for visto em humanos, isso pode significar maior longevidade das crianças diagnosticadas com miopatia miotubular.

Que vitamina é essa?

A K3 é uma das quatro formas da vitamina K, juntamente com a filoquinona (K1), a dihidrofiloquinona (dK) e a menaquinona (K2). Possui ação anticâncer por vários mecanismos de ação.

hortaliças verdes
Hortaliças folhosas, especialmente as de cor verde escuro são as principais fontes de vitamina K. Crédito: Olivier Tabary/Shutterstock.

As principais fontes de vitamina K, em geral, são alimentos como espinafre, couve, rúcula, brócolis e outros vegetais de folhas verde-escuras. Mas também são encontradas em oleaginosas, abacate, ovo, óleos vegetais.

Referências da notícia

Estudo revela uma vitamina que pode retardar o avanço do câncer de próstata. 20 de dezembro, 2024. Caroline Vale.

Vitamin K supplement slows prostate cancer in mice. 24 de outubro, 2024. Cold Spring Harbor Laboratory.

Dietary pro-oxidant therapy by a vitamin K precursor targets PI 3-kinase VPS34 function. 25 de outubro, 2024. Manojit M. Swamynathan, et al.