Incrível: os cães sabem se estamos calmos ou estressados pelo cheiro
Pesquisadores descobrem que os cães são capazes de diferenciar, por meio do olfato, se estamos calmos ou estressados - e sua acurácia é impressionante.
Às vezes, parece que cães sabem muito sobre seus donos. Mas ao contrário dos seres humanos, que dependem muito mais da visão para ver se seu companheiro canino está feliz ou triste, os cães utilizam o olfato para nos entender.
Os cientistas já sabem há muito tempo que odores emitidos pelo corpo são sinais químicos que, durante a evolução, se tornaram parte da comunicação entre algumas espécies. Um dos comportamentos mais comuns de cães e gatos domesticados é, justamente, marcar seu território através do cheiro.
Por isso, os pesquisadores se perguntaram se os cães poderiam estar usando o cheiro para responder ao estado psicológico dos seus donos - especialmente levando em consideração seu olfato impecável, histórico de domesticação e uso efetivo no tratamento de condições psicológicas (como ansiedade, ataques de pânico e estresse pós-traumático).
Como os cientistas concluíram que cães entendem o que estamos sentindo através do cheiro?
Para responder a essa questão, os pesquisadores coletaram amostras de respiração e suor de não fumantes que não haviam comido ou bebido recentemente. As amostras foram coletadas antes e depois de uma tarefa lógica de ritmo acelerado, juntamente com níveis de estresse autorrelatados, frequência cardíaca e pressão arterial.
Essas amostras foram então levadas a quatro cães de raças diferentes que foram treinados, usando ponteiros e ração, para combinar odores em uma tarefa de separação. No teste, os cães deveriam encontrar a amostra “estressada” do participante, sendo que a amostra “calma” também estava presente.
Eles conseguiram detectar corretamente a amostra em 675 de 720 tentativas, ou 93,75% das vezes, sendo que cães individuais variaram em desempenho entre 90% a 96,88% de precisão.
A conclusão é que cães podem detectar odores associados ao estresse, e muito provavelmente outras condições e patologias humanas também. A descoberta revela muito sobre as relações entre ambas as raças e, futuramente, pode ter aplicações profundas no treinamento de cães em diversos níveis, inclusive para o diagnóstico e tratamento de algumas doenças.