Incrível! Revelam que os fungos capturam um terço das emissões de CO2
Até agora, sua capacidade de capturar gases de efeito estufa era conhecida, mas não havia sido quantificada. Descubra um reino fantástico que está presente em sua vida além do que você pensa.
Eles são maravilhosos! Os fungos estão na cerveja que te refresca, no pão que te alimenta, no chocolate que te conforta, na penicilina que te cura, na árvore que te dá sombra, na terra que te dá vegetais, no processo digestivo dos animais, na vida que conhece hoje... Os fungos estão no início da vida e no final dela para criar uma nova.
E, além disso, são grandes captadores de dióxido de carbono (CO2) que a atividade humana emite na atmosfera acelerando o aquecimento global sustentado. Isso é conhecido há muito tempo, mas não se sabia qual a porcentagem dessa captura.
É o que foi constatado por um grupo de cientistas da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, através de um estudo publicado na revista Current Biology, onde se conclui que os fungos micorrízicos (que formam associações simbióticas com plantas) retêm no subsolo até 36% das emissões globais de combustíveis fósseis.
Uma rede fantástica
Os fungos formam vastas redes subterrâneas apresentando um serviço ecossistêmico essencial para a biodiversidade. Até agora sabia-se que, graças às suas relações simbióticas com quase todas as plantas, eles podem armazenar carbono, mas não havia sido quantificado.
“Os fungos micorrízicos são um ponto cego na modelagem, conservação e restauração do carbono. Os números que descobrimos são impressionantes”, disse Katie Field, coautora do estudo.
A professora de Processos Planta-Solo da Universidade de Sheffield enfatiza que “há que se fazer mais para proteger essas redes subterrâneas. Sabíamos que eram essenciais para a biodiversidade, mas agora temos evidências de que são cruciais para a saúde do nosso planeta”.
Os pesquisadores vão agora analisar por quanto tempo os fungos armazenam carbono, bem como estudar seu papel nos ecossistemas da Terra.
Seu grande reino
Dentro da biodiversidade existem pelo menos três reinos: Plantae, da flora, Animalia, da fauna, e o Fungi, dos fungos.
“Os fungos têm 2 grandes funções na natureza: uma é se associar com outros organismos para dar vida e a outra é reciclar matéria orgânica. Quanto à primeira, são os fungos simbióticos que formam uma rede subterrânea dando vida ao micélio. Foi demonstrado que, por exemplo, as árvores se conectam entre si no subsolo através do micélio. E quanto à segunda função, estão, por exemplo, os fungos que vivem nos troncos das árvores caídas, nas fezes dos animais, nas paredes das nossas casas, etc”, diz Giuliana Furci, a primeira micologista do Chile, fundadora e presidente da Fundação Fungi.
“Os fungos desafiam três conceitos básicos. Primeiro, o conceito de indivíduo e de uma única espécie, pois os fungos mostram que todos somos ecossistemas que não podem viver separados uns dos outros. Em segundo lugar, o conceito de competência, pois demonstram que o sucesso para a sobrevivência está na colaboração e não na competição. E o terceiro conceito é o da morte, pois os fungos nos mostram que o fim de uma forma de vida não é o fim da vida como um todo! Por exemplo, quando uma árvore cai, ela se decompõe e vira adubo para outra árvore. A morte é transformação, então as coisas devem ser deixadas para apodrecer”, afirma a micologista.
Estima-se que existam cerca de 1,5 milhão de espécies no planeta, das quais cerca de 20.000 produzem cogumelos comestíveis.