Intensidade ou duração? É assim que você deve treinar para viver mais, segundo estudo

Um novo trabalho encontrou evidências claras de que tipo de treinamento precisamos fazer para prolongar nossa longevidade.

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Foram encontradas relações inversas entre mortalidade por todas as causas e volume e intensidade.

Em busca da maior longevidade possível, há muito que se sabe, graças à ciência, que a prática de esportes e uma vida saudável são pilares fundamentais que devem ser mantidos ao longo da vida. Mas hoje a ciência nos permite dar maior precisão, como determinar que tipo de exercício ou treinamento é mais adequado para que as pessoas possam viver mais anos neste mundo.

Esse foi o foco de um estudo publicado em setembro na revista European Journal of Preventive Cardiology, onde compararam intensidade versus tempo na realização de exercícios, a fim de aumentar a longevidade humana.

Exercícios intensos ou de longa duração? Esta é a resposta definitiva para viver mais

Os cientistas concluíram que um alto grau de esforço ou energia durante a realização de um treino tem um impacto maior na saúde geral e na mortalidade do que o volume ou o tempo gasto no exercício.

“Uma intensidade maior estimula mais o sistema cardiovascular. Isso melhora a função vascular e a aptidão cardiorrespiratória”, explica o cientista esportivo Fabian Schwendinger em comunicado à imprensa.

Os pesquisadores analisaram três anos de informações armazenadas em rastreadores usados por 7.518 adultos americanos com diferentes níveis de condicionamento físico e saúde. Esta informação foi comparada com os dados de mortalidade registados durante os quatro anos seguintes.

A intensidade é essencial para melhorar a capacidade aeróbica, resistência muscular e força.
A intensidade é essencial para melhorar a capacidade aeróbica, resistência muscular e força.

Os pesquisadores criaram curvas percentuais que representam os níveis de atividade física na população adulta dos Estados Unidos. Foram encontradas relações inversas entre mortalidade por todas as causas e volume e intensidade. Por exemplo, ao passar do percentil 25 para o 50 de intensidade, observou-se uma redução de 37,1% no risco de mortalidade geral e uma redução de 41% no risco de mortalidade cardiovascular.

Os autores do estudo concluíram que a atividade física de maior intensidade estava associada a um menor risco de morte prematura por todas as causas.

A diferença foi ainda mais notável quando comparamos doenças cardiovasculares, como ataques cardíacos, doenças arteriais e outros problemas cardíacos.

O que é treinamento de maior intensidade?

Poderíamos definir alta intensidade como “exercícios que provocam um aumento considerável da frequência cardíaca e da respiração”, explicam os profissionais de treinamento. Neste nível, manter uma conversa é difícil devido ao esforço.

Alguns exemplos indicados pelo El Mundo são corrida, treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT), levantamento de peso ou esportes intensivos como o futebol. É comumente medida com base na porcentagem da frequência cardíaca máxima (FCM), que deve estar entre 70-90%, ao contrário das atividades de baixa intensidade, onde não ultrapassa 60%, como caminhada, alongamento suave ou tarefas domésticas diárias.

A intensidade é essencial para melhorar a capacidade aeróbica, resistência muscular e força. É medido com parâmetros como o VO2 max, a quantidade máxima de oxigênio que o corpo pode utilizar durante o exercício intenso, ou a escala de Borg, que permite aos participantes avaliar subjetivamente o seu esforço, com base em como se sentem fisicamente durante o exercício.

Benefícios para todos

O fato de o estudo ter sido realizado em pessoas com diferentes níveis de condicionamento físico mostra que todos podem se beneficiar com o aumento da intensidade do exercício. “Isso significa que todos, independentemente de serem muito ativos ou sedentários, podem se beneficiar do conhecimento de que a intensidade reduz a mortalidade”, diz Schwendinger.

Pesquisadores ressaltam, porém, que deve haver um limite na quantidade de esforço necessária para que a atividade física não seja exagerada e cause danos ao organismo.

Referência de notícias:

Fabian Schwendinger, Denis Infanger, Eric Lichtenstein, Timo Hinrichs, Raphael Knaier, Alex V Rowlands, Arno Schmidt-Trucksäss, Intensidad o volumen: el papel de la actividad física en la longevidad, European Journal of Preventive Cardiology , 2024;, zwae295, https://doi.org/10.1093/eurjpc/zwae295