Jovens brasileiros descobrem asteroides que a NASA ainda não conhecia
Jovens brasileiros participaram de programa de pesquisa filiado à NASA, ganhando destaque ao descobrir novos asteroides que ainda não haviam sido catalogados pelos cientistas.
Tarefas como olhar uma imagem e identificar um objeto são triviais para nós, tão fáceis que nem percebemos como isso pode ser difícil para um computador. Hoje, os melhores sistemas de inteligência artificial ainda estão longe de atingir o nível de cognição de um ser humano.
Faz sentido, portanto, que a maneira mais eficiente de se identificar corpos celestes seja colocar uma pessoa para observá-los. Por isso, o International Astronomical Search Collaboration (IASC), programa parceiro da NASA, começou a buscar cidadãos cientistas interessados em descobrir novos asteroides - E os jovens brasileiros já estão se destacando no programa.
Mas o que são asteróides?
Um asteroide é um objeto localizado no espaço, porém muito menor do que um planeta, e que normalmente gira em órbita ao redor do sol. Muitos são restos fragmentados de outros objetos, ou corpos que, durante o surgimento do sistema solar, não cresceram o suficiente para se tornar planetas.
Existem milhões de asteroides, e a grande maioria está localizada dentro do cinturão de asteroides principal, localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter. Mas também existem objetos em outros locais do sistema solar, alguns inclusive muito próximos da Terra. Mapeá-los, portanto, é uma atividade de suma importância.
Todo ano, um grupo seleto de pessoas ao redor do globo é escolhido para participar das campanhas de localização de asteroides. E neste ano, alguns jovens brasileiros se destacaram na caça, graças ao Caça Asteroides MCTI, um programa em parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e o IASC.
Como funciona a caça aos asteróides?
De acordo com Matheus Brasca, um dos jovens participantes do programa, cada pessoa recebe um pacote de imagens que são analisadas com a ajuda de software. O maior trabalho é observar atentamente o conjunto de dados para detectar pontos em movimento em meio às estrelas. Nem sempre há asteroides nas imagens, então os participantes também dependem de uma boa dose de sorte.
Já é a segunda vez que Matheus participa de uma caça aos asteroides. No seu grupo de trabalho, também esteve Maria Clara Amaral, aluna do IFTM (Campus Avançado Uberaba Parque Tecnológico), que descobriu outros três asteroides. De acordo com Maria Clara, a experiência proporcionou oportunidades únicas de trabalho em equipe e aprendizado.
Completando o grupo, esteve a veterana Lorrane Olivlet, fundadora do grupo de divulgação científica InSpace que, ao total, já identificou 30 asteroides e recebeu até medalha pela grande contribuição à ciência. No futuro, os jovens poderão nomear os asteroides que descobriram este ano, caso sejam confirmados.
Outros brasileiros também participaram do programa. Camilla Mendes, em sua quinta participação, descobriu um asteroide localizado no Cinturão entre Marte e Júpiter que agora está em fase preliminar de análise. A jovem pretende continuar contribuindo com o meio científico brasileiro nos próximos anos.
E ainda de acordo com Larissa Paiva (Larittrix), outra participante recorrente, a caçada aos asteroides reforçou o espírito de trabalho em equipe, a curiosidade, o interesse por desvendar coisas novas no universo e a importância do estudo prático de astronomia, muitas vezes ignorado nas escolas de ensino fundamental e médio.
A maior esperança destes jovens é inspirar as novas gerações e mostrar a beleza do universo para a população, nos lembrando que qualquer um pode ser cientista e contribuir com o entendimento do mundo. Como dizia Carl Sagan, somos uma maneira do cosmos conhecer a si próprio.