Mandioca contribui para a saúde intestinal, inclusive em celíacos, afirma estudo
Um novo estudo afirma que a mandioca é um bom alimento para a saúde do intestino, tendo benefícios até para aqueles que são podem consumir glúten. Veja mais detalhes da pesquisa.

A mandioca (Manihot esculenta), também conhecida como macaxeira ou aipim dependendo da região do Brasil, é a ‘estrela’ de um novo estudo liderado por pesquisadores brasileiros e publicado na revista científica Food Research International.
Segundo os autores do trabalho, o alimento possui compostos que favorecem a microbiota intestinal e ainda traz benefícios para quem não pode consumir glúten. Veja abaixo mais detalhes da pesquisa e como incluir a raiz comestível na sua dieta.
Os benefícios da mandioca
Para o estudo, foram usadas diferentes variedades de mandioca cultivadas nas regiões Nordeste e Sul do Brasil, as quais passaram por uma análise detalhada de composição química. Foram feitas simulações da digestão do alimento para avaliar o comportamento dos seus nutrientes durante o processo digestivo. Ou seja, a mandioca foi submetida a cada uma das fases da digestão – oral, gástrica e intestinal.
Assim, o estudo revelou que os nutrientes e compostos presentes na raiz favorecem a microbiota intestinal e trazem benefícios até para aqueles que não podem consumir glúten (celíacos, intolerantes ao glúten). “As substâncias com ação prebiótica alcançaram o ambiente intestinal, contribuindo para o equilíbrio dos micro-organismos”, comenta Marciane Magnani, professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e coautora do estudo.
Ainda, o alimento oferece nutrientes como: o potássio, que é um aliado para a saúde cardiovascular; o magnésio, essencial à saúde óssea; e a vitamina C, que é um potente antioxidante.
Como incluir o alimento na sua dieta
Segundo Giuliana Modenezi, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein, a mandioca pode compor o café da manhã, o almoço, jantar e os lanches intermediários, sem problemas. Contudo, fique atento ao tipo de preparo e ás quantidades necessárias para cada caso.
As sugestões são consumir o alimento cozido em água, em receitas de sopas, em purês e no famoso escondidinho. Muitos gostam da mandioca frita, sendo um preparo bem popular, mas cuidado, pois dessa forma o prato fica mais calórico, já que o alimento é imerso em óleo.

Já entre os derivados da mandioca, o mais famoso é a tapioca, feita a partir da goma da mandioca. Esse tipo de ‘farinha’ pode ser usado para fazer panquequinhas com os mais variados recheios, de doces (com doce de leite, chocolate, frutas, etc.) a salgados (queijo, frango, carne moída, ovos, etc.).
Mas é importante destacar aqui que a tapioca tem alto índice glicêmico, o que significa que pode elevar rapidamente os níveis de açúcar no sangue, conforme explicou a nutricionista em um comunicado.
O polvilho é outro derivado da mandioca. O tipo azedo é matéria-prima do pão de queijo; já o doce é usado para preparar sequilhos e biscoitos. Além disso, a mandioca crua ralada também pode ser utilizada para preparos de bolos e outros doces.
Referências da notícia
Cassava (Manihot esculenta) Brazilian cultivars have different chemical compositions, present prebiotic potential, and beneficial effects on the colonic microbiota of celiac individuals. Novembro, 2024. Mafaldo, et al.
Mandioca contribui para boa saúde do intestino, conclui estudo brasileiro. 30 de janeiro, 2025. Regina Célia Pereira.