NASA detecta impacto impressionante de meteoro em Marte
A sonda InSight da agência sentiu o solo tremer durante o impacto de um meteoro em Marte - um dos mais violentos já registrados no sistema solar. Enquanto isso, as câmeras a bordo do Mars Reconnaissance Orbiter avistaram a nova cratera do espaço.
A sonda InSight, da NASA, registrou um terremoto de magnitude 4 em Marte. Foi só mais tarde, no entanto, que os cientistas descobriram a verdadeira causa desse terremoto: um impacto de meteorito que, conforme estimativas, é o maior já visto em Marte desde que a NASA começou a explorar o sistema solar.
A descoberta veio a partir de imagens captadas pelo Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA que avistou, do espaço, a formação de uma cratera enorme em solo marciano. Uma descrição completa do evento e dos seus efeitos acabou de ser publicada em um artigo na Science.
O impacto aconteceu em uma região chamada de Amazonis Planitia, e abriu uma cratera de aproximadamente 150 metros de diâmetro por 21 metros de profundidade. O material expelido pelo impacto foi arremessado a distâncias de até 37 quilômetros.
Juntando imagens e dados sísmicos do evento, os cientistas acreditam que esta seja uma das maiores crateras já vistas se formando no sistema solar. Muitas crateras maiores existem no Planeta Vermelho, mas elas são significativamente mais antigas do que qualquer missão da NASA.
Infelizmente, a sonda InSight está no final da sua vida. Com uma redução considerável de energia devido ao acúmulo de poeira em seus painéis solares, a missão será desligada nas próximas semanas. Ainda assim, sua contribuição para a ciência foi inestimável.
Como a cratera foi detectada
A InSight tem estudado a crosta, o manto e o núcleo de Marte. Ondas sísmicas causadas por terremotos são fundamentais para a missão e revelam o tamanho, profundidade e composição das camadas internas do planeta. Desde o seu pouso, em novembro de 2018, a InSight detectou 1.318 terremotos, incluindo vários causados por impactos de meteoritos menores.
A cratera em si foi detectada em fevereiro por cientistas que trabalhavam na Malin Space Science Systems (MSSS), que opera duas câmeras a bordo do MRO. Uma delas, a Mars Color Imager (MARCI), produz mapas diários de todo o planeta, o que permite aos cientistas rastrear fenômenos climáticos em grande escala.
Além da cratera, as câmeras captaram grandes pedaços de gelo espalhados pelo impacto. Esta é uma descoberta importante porque, no futuro, o gelo subterrâneo será um recurso vital para os astronautas, que poderão usá-lo como fonte de água potável, para agricultura e também como propelente de foguetes. Gelo enterrado nunca havia sido observado tão perto do equador marciano.
Mesmo as mais pequenas descobertas podem acabar, num futuro próximo, fazendo uma grande diferença em missões tripuladas - e até mesmo, quem sabe, em uma eventual colonização humana do planeta vermelho.