De onde vêm os nomes dos oceanos?
Você já se perguntou qual é a origem do nome do oceano que banha a costa de seu país? Como foi possível unificar os nomes que várias culturas usaram para nomear os oceanos? Aqui deixamos para vocês um pouco da história e curiosidades dos corpos d'água que conhecemos como Oceanos.
Hoje temos a certeza de que 71% da superfície do nosso planeta, cerca de 361 milhões de km², é ocupada por água; que teorias sobre sua origem ainda são debatidas entre 80 e 130 milhões de anos após a formação do planeta pela colisão de asteróides gigantes cobertos de gelo; que a vida como a conhecemos surgiu daí e que muitos recursos necessários para o nosso sustento vêm dela.
Mas a origem dos nomes pelos quais conhecemos as diferentes regiões da Terra ocupadas pela água, que no seu conjunto identificamos como Oceano Mundial ou Oceano Global, remonta a muitos séculos e está repleta de lendas fantásticas que nos surpreendem.
Vamos começar com a palavra oceano: ela vem do grego ωκεανός, nome do deus Okeanós, e com ela os antigos gregos chamavam a grande massa de água que circundava o disco da Terra, e que começava além dos "Pilares de Hércules", que conhecemos hoje como Estreito de Gibraltar. Os romanos a chamaram de Oceanus e, nos séculos subsequentes, cada civilização se apropriou dessa palavra e a transformou.
Cada oceano um nome
O Oceano Pacífico deve o seu nome ao navegador português Fernão de Magalhães, quando em novembro de 1520, após viajar por águas turbulentas e depois de atravessar o que hoje conhecemos como Estreito de Magalhães, alcançou águas calmas ("pacíficas") com ventos favoráveis para navegação. Sem saber, Magalhães e sua tripulação se aventuravam no maior oceano da Terra, com área de 155 milhões de km² e profundidade média de 4.280 m.
O Oceano Atlântico leva seu nome atual no século 6 aC, depois de ser conhecido como Oceano Etíope ou Grande Oceano Ocidental. Foram os gregos que identificaram a área do oceano localizada no noroeste da África, com o adjetivo derivado do nome do titã Atlas. O Atlântico é o segundo maior, com 106 milhões de km² e profundidade média de 3.646 m.
Os oceanos Ártico e Antártico receberam seus nomes da palavra grega ἀρκτικός (“arktikos”), que significa próximo ao urso, para identificar o primeiro, referindo-se às constelações da Ursa Maior e Ursa Menor, que são claramente visíveis da região norte da Terra, e a região oposta, com o sufixo "Ant" para identificar a segunda. O Ártico tem uma área de 14 milhões de km² e uma profundidade média de 1.205 metros, enquanto a Antártica cobre cerca de 20 milhões de km² com uma profundidade média de 3.270 m.
O último dos 5 oceanos que identificamos é o oceano Índico, e foi o romano Plínio, o Velho, que lhe deu o nome de Oceanus Indicus por volta do ano 70 dC, por ter costas na Índia e na Indonésia, enquanto os gregos o chamavam "Mar da Eritreia" e os índios "Sindhu Mahasagara". O Oceano Índico cobre mais de 68 milhões de km² e sua profundidade média é de 3.741 metros.
E quando eles se tornaram oficiais?
Tão recente quanto 1919 durante a Conferência Hidrográfica Internacional que aconteceu em Londres e contou com a presença de 24 países, foram oficializados os nomes e limites dos oceanos como os conhecemos hoje. Nesta Conferência, a constituição do Bureau Hidrográfico Internacional (BHI) que com sede no Principado de Mônaco, iniciou suas atividades em 1921 com 18 Estados membros. Desde então, ele é responsável por uniformizar os documentos hidrográficos e promover o relacionamento entre instituições relacionadas ao redor do mundo.