O eterno dilema: ovos fazem bem ou mal à saúde? Estudo traz novas revelações
A ciência continua investigando as qualidades do consumo de ovos. Um novo estudo observou esse hábito em jovens adultos saudáveis, trazendo novas revelações.
O consumo de ovos sempre foi um tema de debate quando se trata de saúde. Alguns estudos sugerem que não são bons para o colesterol e para o coração, enquanto outros destacam o seu valor nutricional.
Um estudo recente traz novas revelações sobre este tema, concentrando-se particularmente em jovens adultos saudáveis.
Expandindo a perspectiva sobre o consumo de ovos
Muitos estudos anteriores concentraram-se em marcadores de saúde específicos, como doenças cardíacas ou diabetes, muitas vezes em pessoas com fatores de risco pré-existentes para doenças crônicas.
No entanto, estes estudos podem não refletir como os ovos afetam a população em geral, especialmente os indivíduos jovens e saudáveis.
Catherine J. Andersen, professora associada de ciências nutricionais, conduziu um estudo abrangente para fornecer uma visão mais completa. Sua pesquisa procurou levar em consideração diversas medidas de saúde que os médicos normalmente examinam durante exames físicos de rotina.
De acordo com o site Knowridge,o estudo de Andersen incluiu três grupos de participantes: um grupo não comeu ovos, outro comeu três claras de ovo por dia e o terceiro comeu três ovos inteiros por dia. Os participantes poderiam preparar os ovos como preferissem.
Os pesquisadores monitoraram vários marcadores de saúde, como inflamação, níveis de colesterol no sangue e marcadores associados ao risco de diabetes.
Resultados surpreendentes!
O estudo encontrou alguns resultados surpreendentes:
- Aumento dos níveis de colina: Os participantes que comeram ovos inteiros diariamente mostraram um aumento significativo na colina, um nutriente essencial encontrado nas gemas dos ovos. O aumento da ingestão de colina está frequentemente associado a níveis mais elevados de um metabólito chamado TMAO, que está ligado a doenças cardíacas. No entanto, neste estudo, os níveis de TMAO não mudaram significativamente, apesar do aumento da ingestão de colina.
- Sem alterações adversas: Os pesquisadores não observaram alterações adversas na inflamação ou nos níveis de colesterol no sangue nos participantes que consumiram ovos inteiros.
- Melhores marcadores de diabetes: O consumo de ovos inteiros teve um impacto menos negativo nos marcadores associados ao risco de diabetes em comparação com o consumo de claras de ovo.
- Maior densidade de nutrientes: Os participantes que consumiram ovos inteiros tiveram uma dieta com maior densidade de nutrientes e maior hematócrito (uma medida da densidade dos glóbulos vermelhos) em comparação com aqueles que não o fizeram.
As diferenças entre subgrupos
Participaram do estudo homens e mulheres, e algumas delas tomavam pílulas anticoncepcionais orais combinadas. Este subgrupo revelou diferenças interessantes.
As mulheres que não tomavam pílula tiveram um aumento maior na proporção de colesterol total em relação ao colesterol HDL, considerado um fator de risco para doenças cardíacas.
Essas mulheres também tiveram um aumento maior de monócitos no sangue, que fazem parte das defesas imunológicas do organismo.
Os pesquisadores descobriram que as alterações nos perfis imunológicos clínicos relacionadas à ingestão de ovos inteiros estavam ligadas a várias medidas clínicas de HDL.
Estudos futuros sobre o consumo de ovos
Este estudo é o primeiro de uma série da equipe de Andersen. Eles planejam explorar os caminhos mecanísticos relacionados ao consumo de ovos e seu impacto no HDL e no sistema imunológico.
Pesquisas futuras levarão em consideração fatores como idade, sexo, genética e composição do microbioma para oferecer recomendações nutricionais mais personalizadas.
Referência da notícia:
Andersen, C.J.; Huang, L.; Zhai, F.; Esposito, C.P.; Greco, J.M.; Zhang, R.; Woodruff, R.; Sloan, A.; Van Dyke, A.R. Consumption of Different Egg-Based Diets Alters Clinical Metabolic and Hematological Parameters in Young, Healthy Men and Women. Nutrients, v. 15 (17), 3747, 2023. https://doi.org/10.3390/nu15173747